Nampula (IKWELI) – Um individuo de 42 anos de idade, residente na unidade comunal Marien Nguabi, na cidade de Nampula, violou sexualmente a sua enteada de 16 anos de idade na manha do último domingo (2).
A vítima, cuja identidade omitimos, contactou a redação do Ikweli para denunciar o crime, e conta que vive com a sua mãe e o seu padrasto violador a um ano.
“Nos últimos dias do ano 2021, o meu padrasto sempre se aproveitava quando a minha mãe não estivesse em casa para me abusar”, conta a vítima, prosseguindo que “quando eu quisesse informar a minha mãe, o meu padrasto obrigava-me a manter silêncio, ameaçava-me de morte se eu falasse algo relacionado com ele”.
A menina explica ainda que é natural do distrito de Angoche, e “fiz a 7ª classe em 2018. Não estudo a três anos, devido a falta de condições”. O padrasto violador é pedreiro, e a mãe da vítima é doméstica.
Com esta denúncia, o Ikweli contactou a mãe da vítima, a qual mostrou-se preocupada com a atitude do seu marido. “Estou muito decepcionada, principalmente com o meu marido, porque confiava nele. Assim, não vejo o que fazer, e eu sou hóspede em Nampula, não tenho muita família para compartilhar este acontecimento e com tudo penso em afastar a minha família, que é a minha filha e o meu sobrinho de 19 anos dentro desta casa para a minha terra natal”, disse a mãe da vítima, comentando que “apesar de ser desempregada, tinha muitos planos, porque faço poupança com algumas vizinhas mais próximas para minimizar a crise económica, que era para matricular a minha filha”.
A senhora, visivelmente agastada, diz que já submeteu queixa numa subunidade policial para a responsabilização do seu marido pelo crime praticado.
Para o esclarecimento da responsabilização criminal, o Ikweli conversou com o jurista Oriente Pirai, o qual explica que “infractor cometeu um crime público, e qualquer um pode participar junto as autoridades”.
Pirai esclarece que o Código Penal, em vigor no país, estabelece uma moldura penal de até 8 anos de prisão para crimes do género. “A nossa tarefa, como cidadãos, é de vigilância e estende-se até as próprias vítimas, porque esses actos macabros tem antecedentes e começam com aliciamentos”. (Nelsa Momade)