Nampula (IKWELI) – O Director-Geral do Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), Victor Tuacale, disse na manha desta quarta-feira (22) que os dez furos de captação de água abertos na zona de Namiteca, na cidade de Nampula, não irão resolver a demanda pelo precioso líquido naquela autarquia.
A crise de água no maior município do norte de Moçambique é recorrente, sobretudo no período quente, tanto que a entidade gestora do sistema tem destacado quadros da sede para lidar com o problema. Na passada época quente teve de vir a Nampula o engenheiro Ilídio Khossa, director de Operações do FIPAG, e nesta, o próprio Director-Geral viu-se obrigado a deslocar-se a Nampula para acompanhar, in loco, a situação real.
Do aeroporto internacional de Nampula, Tuacale foi directo a estação de bombagem de Namiteca, a qual recebe água provenientes dos 10 furos ali abertos e a posterior bombeia para a rede através da Estação de Bombagem número 5 (EB5) instalada no bairro de Muhala Expansão.
Com a explicação dada pelos técnicos do FIPAG em Nampula, o Director-Geral afirmou que “nós, neste momento, podemos dizer que o sistema de Namiteca vai aliviar a situação do abastecimento de água, mas não vai resolver o problema da demanda de abastecimento de água da cidade de Nampula. Portanto, temos que encontrar sempre alternativa, mesmo abrindo mais de 20 furos e produzindo 20 mil cúbicos aqui em Namiteca, também, não vamos conseguir resolver o problema”, e “é por isso que nós estamos a mobilizar investimento para podermos construirmos um sistema através da barragem de Mugica. Esse projecto vai ser financiado pelo Banco Mundial. Neste momento, nós estamos a fazer o estudo de viabilidade de utilização dessa barragem de Mugica, quer dizer o estudo tem que nos dizer se é possível nós fazermos, explorarmos a barragem de Mugica, qual é a capacidade e se é viável, e depois desse estudo nós vamos avançar com os próximos passos no sentido de construir um sistema através de Mugica e aí sim poderemos conseguir satisfazer as necessidades da cidade de Nampula”.
Avaliado em mais de 178 milhões de meticais, o sistema que será alimentado pelos furos de Namiteca tem os prazos de entrega extrapolados, mas Tuacale aponta que “neste momento, estamos a fazer os ensaios. Ensaiar as bombas que estão na capacitação, verificar o funcionamento da conduta, que saem da capitação para estacão da elevação, conduta que sai daqui que conecta a rede, e ver se há fugas e como é que está a aguentar com a pressão, porque a partir daqui sai uma pressão muito grande e corrigir esses defeitos, esses erros no sentido de que o sistema funcione sem nenhum problema, mas podemos considerar, neste momento, o sistema de Namiteca já está a funcionar. Nós já estamos a abastecer os bairros daqui do Muahivire, de Muhala. Portanto, aquelas zonas onde os nossos consumidores não tinham acesso a água já estão a apanhar e vamos continuar a controlar o sistema, vamos controlar, a retificar os defeitos que existem dentro do sistema até que o próprio sistema se estabilize por completo. Esse sistema tem a capacidade de produção de seis mil metro-cúbicos por dia, e nós vamos ter aqui uma capacidade de distribuir água a um universo de noventa mil pessoas. Portanto, é um sistema que vai aliviar, substancialmente, ao sistema da barragem de Nampula”. (Aunício da Silva)