Nampula: Funcionários que queimaram gabinete do director de Migração facilitavam a entrada e saída ilegal de estrangeiros

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Nampula (IKWELI) – O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), em Nampula, exibiu nesta terça-feira (21) três dos quatro funcionários públicos suspeitos de atear fogo no gabinete do director provincial da Migração daquele ponto do país.

Tal como o Ikweli anunciou nas edições 837 e 846, o gabinete do director provincial da Migração de Nampula, incluindo o da sua secretária, pegou fogo no pretérito dia 5 de Dezembro do ano em curso. Na altura as causas e as consequências do incêndio eram desconhecidas. Aliás, especificamente na edição 846 do nosso jornal, avançava a detenção de pelo menos três funcionários daquela instituição paramilitar envolvido com o caso, mas que carecia de confirmação das entidades oficiais.

Entretanto, esta terça-feira o SERNIC em Nampula confirmou e fez a apresentação pública dos três funcionários suspeitos de serem promotores do referido incêndio que arruinou o gabinete do director de Migração da província mais populosa de Moçambique, faltando o quarto que se encontra foragido.

Em conformidade com Enina Tsinine, porta-voz do SERNIC em Nampula, os três funcionários, agora nas celas do SERNIC, eram investigados pelo crime de falsificação de documentos, com destaque para vistos para o emprego, recibos de DIRE, assim como passaportes, factos que se traduziram em indícios fortes sobre o envolvimento daquele grupo na prática do recente crime.

“Os três eram suspeitos porque a quando do incêndio na direcção se encontravam sob investigação por outros crimes que os mesmos teriam perpetrado. Então, na tentativa de fazer a queima do arquivo contrataram um cidadão que pudesse atear o fogo no gabinete do director com vista a queimar as provas que lá já tinham sido reunidas, porque os mesmos achavam que todas as provas se encontravam no gabinete do seu próprio director”, contou Enina Tsinine.

“Até a detenção deles foi um trabalho de investigação apurado em conexão com outros dados que tínhamos com nossas fontes e a Migração, também, forneceu-nos alguns dados que nos levaram à detenção dos mesmos”, continuou a fonte.

Questionada sobre a quantidade dos documentos falsificados pelo respectivo grupo, a porta-voz precisou que “até então não temos o número quantificado, mas nos nossos processos fizemos anexo dos documentos que eles pretendiam fazer a destruição porque o próprio director tinha no seu telemóvel e nós fizemos a impressão e anexamos no processo – crime que serão remetidos nas autoridades para poderem ser responsabilizados pelos crimes que pesam sobre os mesmos que é a falsificação de documentos bem como incêndio”.

No que diz respeito às consequências do incêndio, Enina Tsinine não avançou detalhes, embora não descarte que o mesmo lesou o Estado moçambicano, uma vez que “estamos a falar de um gabinete directo do director provincial. Lá tinha vários arquivos, vários documentos, por isso está-se a fazer um trabalho de levantamento de todos os processos que tenham sido destruídos, para além de bens materiais que eram as secretárias, bem como outros materiais que lá continham. Ainda é um trabalho de levantamento que está a se fazer e, a Migração, oportunamente, poderá se pronunciar acerca dos prejuízos no total”, disse a fonte.

Entretanto, os referidos funcionários, dos quais uma mulher, negaram se pronunciar a volta do caso. Aliás, o único que depois de uma insistência dos jornalistas tentou libertar a voz disse ser chefe da repartição do departamento do Arquivo ao nível da direcção provincial de Migração, mas disse que na altura do incêndio encontrava-se a gozar férias. (Constantino Henriques)

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