Nampula (IKWELI) – As autoridades do sector de Saúde, na província de Nampula, a mais populosa do país, continuam preocupadas com a situação da malária naquele ponto, sobretudo por ser uma das principais causas de internamento.
Durante os primeiros dez meses do corrente ano, a província registou um aumento na ordem de 11.9% de casos, tendo sido diagnosticadas 2.309.942 pessoas com a doença, contra 2.065.021 do igual período comparativo de 2020.
Dados do sector indicam que Nampula faz parte das províncias do país mais afectadas pela doença, com um peso anual de 20%, onde a prevalência em crianças menores de cinco anos de idade é de 47.5%.
Falando em reunião provincial do Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM), Mety Gondola, Secretário de Estado na província de Nampula, mostrou-se satisfeito pelo facto de registar-se uma redução de óbitos pela doença, quando comparado com o ano passado. Ou seja, o número de óbitos saiu de 61 em 2020 para 57 de Janeiro a Outubro do presente ano, uma redução em cerca de 6.6%. Todavia, o número de casos diagnosticados continua a aumentar e, consequentemente, o incremento de pessoas internadas passou de 14.132 em 2020 para 15.301 em 2021.
“Apesar de termos uma redução de óbitos, os casos colocam-nos como uma província em alerta. O número de casos na nossa província cresceu acima do aceitável, e nós temos de estar preocupados. A percentagem de internamento subiu, o que significa maior pressão dentro do quadro geral de restrições que temos, tanto do ponto de vista de recursos humanos, quanto da capacidade que encontramos no subsistema de saúde”, disse o governante.
Num outro desenvolvimento, Mety Gondola disse que “a nível do governo, nós temos essa preocupação, razão pela qual fizemos apelo para que a província parasse para reflectir, porque muito esforço está a ser feito sob ponto de vista de alocação de recursos financeiros para custear despesas em recursos humanos nas unidades sanitárias, aquisição e logística de medicamentos, distribuição de redes mosquiteiras e custos de pulverização intra-domiciliária, porém, o resultado ainda preocupa”.
Em Abril do corrente ano, a província de Nampula lançou o seu plano de mitigação da malária, com base em pressupostos ambientais.
Para o governante, os efeitos da malária afectam a produção global e o crescimento económico através do absentismo dos trabalhadores e pela diminuição da produtividade, o que retarda o desenvolvimento da região que dirige. Face à situação, exorta aos principais actores que estão na linha de frente a serem criativos nas suas intervenções para combater o problema.
É sonho da província de Nampula, no entender do Gondola, reduzir a morbilidade e mortalidade por malária em 40% até o próximo ano 2022, dando resposta aos desafios elencados no Plano Quinquenal do Governo (P.Q.G) que visa promover a saúde e o bem-estar da população. (Esmeraldo Boquisse)