Nampula (IKWELI) – A crise de água na cidade de Nampula, no norte do país, continua preocupante, por isso, desde o princípio do corrente trimestre, o governador Manuel Rodrigues tem dedicado parte do seu tempo a exigir para que o Fundo do Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG) encontre solução para o problema.
Na primeira quinzena de Outubro do corrente ano, Manuel Rodrigues visitou os furos de captação de águas abertos pelo FIPAG na zona de Namiteca, no posto administrativo autárquico de Muahivire, e na altura fora garantido que aquelas infra-estruturas iam incrementar até ao dia 30 do mesmo mês em 20% a capacidade de fornecimento de água.
Na ocasião, o governante ressaltou que “nós estamos sempre preocupados com a situação de abastecimento de água na nossa cidade de Nampula, preocupação essa que se junta a província no seu todo, porque como sabem que a água é um líquido precioso”.
Na mesma visita, Manuel Rodrigues informou aos gestores do FIPAG que “nós temos que ter água para a nossa população”, e que “como governo estamos muito preocupados. A população quer água, o governo quer água. Portanto, nós não queremos fazer manifestações e não queremos continuar a ter aquela situação triste das pessoas todos os dias terem que acordar com baldes na cabeça, percorrerem toda cidade”, porque “aquilo é uma vergonha, por isso mesmo a natureza nos dá essa água”, por isso com os furos de Namiteca “a cidade de Nampula não irá conhecer a situação triste que nós tivemos no ano passado, de estamos a ver tanta gente a andar com baldes a procura de água em tudo que é canto da cidade Nampula”.
Depois de extrapolados os prazos, e preocupado com os seus eleitores, Manuel Rodrigues dedicou esta terça-feira (14) para se inteirar do que estava a acontecer a ponto de a crise de água no maior centro urbano voltar de forma mais severa e agressiva.
Ao princípio do dia, Rodrigues foi a barragem de Nampula, erguida sobre o rio Monapo, cuja projecção de base era para alimentar até 200 mil pessoas, mas nos dias que correm a população da urbe está acima de um milhão de habitantes.
Naquele local, o dirigente notou que a situação natural não é das melhores, os níveis da albufeira são baixos, o que pode agudizar ainda mais a crise.
Seguidamente, o governador rumou para Namiteca, tida como solução mágica, bandeira de progresso do FIPAG em Nampula, mas mesmo assim nada lhe agradou, tanto que o tom da voz não era a habitual. Aparentava uma enorme preocupação.
“Ainda não fizemos o trabalho para a população, por isso vamos trabalhar. Vamos continuar a bater sempre ao duro até que a água saia”, é o que Manuel Rodrigues exige dos gestores do FIPAG.
O Ikweli questionou ao governador a que se devem os sucessivos adiamentos da ligação efectiva dos furos a rede, ao que respondeu que “são questões técnicas, conforme o que está aqui a ser informado. Há aspectos técnicos que, naturalmente, deram um pouco em atraso, uma delas são as fugas ao longo da conduta que deveria levar a água para a conduta principal, portanto, aqui no bairro de Muahivire. Houve fugas ao meio e era preciso fazer a correção e outro aspecto é que havia necessidade de concluir aqui com os apertos as bombas que nós temos aqui, e esses apertos todos, também, exigem um pouco de técnica, porque então é qualquer um aperto como qualquer outro parafuso”.
Da explicação, o governador entendeu que “esses eram os detalhes que eram necessários serem feitos, e neste momento só falta bombar água para aqui [estação de distribuição]”.
“Alias não me referi ainda a questão da ligação da energia eléctrica”, recordou-se Rodrigues, antes da imprensa partir para outras questões, e prosseguiu que “quando viemos para cá ainda faltava a operacionalização do PT e a ligação de energia eléctrica principalmente para estas bombas que aqui estão, e mesmo sistema”.
“Neste momento, temos dez furos operacionais e com água que vai abastecer em termos de compensação em 20%. Portanto, será coberto por estes dez furos que temos aqui em Namiteca. Vai ser uma compensação bastante positiva para aquilo que é a procura de água na nossa cidade. Estamos em crer que na quadra festiva, apesar de estarmos a registar alguma restrição no abastecimento, eventualmente poderemos ter alguma mudança, e é por isso que estamos aqui a insistir, a bater no duro, porque FIPAG é uma instituição do governo e o povo investiu essas infra-estruturas que estamos a ver aqui, e essas infra-estruturas devem dar água a nossa população”, concluiu o governador Manuel Rodrigues.
Do lado do FIPAG ninguém se pronunciou, mas pelo diálogo com o governador ficou assegurado que as obras serão, definitivamente, entregues no dia 18 do corrente mês, portanto no próximo sábado. (Hermínio Raja e Nelsa Momade)