Nampula (IKWELI) – O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, disse na última sexta-feira (26), na cidade de Nampula, que a esperança em ter os investidores do ramo de hidrocarbonetos de volta a Palma é factual.
Com os relatos dos progressos que tem sido alcançados pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique em coordenação com os militares ruandeses e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) que consiste na desactivação dos focos dos terroristas no teatro operativo norte, os investidores nacionais e internacionais ganham força e tentam regressar a Cabo Delgado, em especial no distrito de Palma onde se situa um dos maiores projectos de exploração mineira de todos os tempo no país.
O distrito de Palma, em Cabo Delgado, registou um dos últimos ataques de vulto e de reconhecimento mundial, em Maio do ano em curso, tendo obrigado aos investidores, sobretudo do ramo mineiro, a suspender suas actividades o que, em certa medida decresceu o rumo invejável de desenvolvimento econômico de Moçambique.
Na cidade de Nampula, o PR fez a apresentação de companhias da Polícia da República de Moçambique (PRM) que vão garantir protecção das sedes distritais no norte do país.
“Palma foi um dos palcos, mas os vossos colegas não deixaram Palma nas mãos dos terroristas. Houve combates duros, incluindo a segunda vez em que tentaram ir”, disse Filipe Nyusi, para quem “há tendência do regresso dos investidores, mas a maior segurança que será garantida por vocês que são donos de Palma, vai motivar mais regresso de investidores. Bater duro ao inimigo se ele surgir, mas coordenar com a população”.
Para além do distrito de Palma onde se registam sinais de regresso dos investidores e consequente normalização da economia local e do país, de forma geral, o Presidente da República reiterou, também, que no distrito de Mocímboa da Praia, a génese das acções terroristas em Moçambique, foram desactivados, na totalidade os focos dos terroristas.
“Mocímboa da Praia é um dos distritos que o inimigo ficou muito tempo, mas foi completamente desactivado. Seguem missões de esclarecimento e de limpeza, mas o vosso problema não está aí na sede só. É preciso controlar Mbau e em todos sítios onde haja problema, onde vocês sossegam só quando não existir problema”, realçou Filipe Nyusi.
Sobre o programa de posicionamento de companhias de políciais independentes de unidades de operações especiais em reserva da PRM nos distritos do país, cuja fase piloto teve lugar no estádio 25 de Junho na cidade de Nampula, pretende-se garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas nas sedes distritais onde há incidência de ocorrências de actos terrorista e não só.
Numa primeira fase, os perto de 1.500 membros da força especial foram alocados aos doze distritos, destacadamente, Mocímboa da Praia, Palma, Muidumbe, Meluco, Quissanga e Nangade, na província de Cabo Delgado onde se intensifica o terrorismo. Os distritos de Memba e Moma, na província de Nampula, apontados como sendo principais pontos de recrutamento de jovens para alimentar as fileiras dos terroristas. Marrupa e Mecula, na província do Niassa, nos mesmos propósitos e para salvaguardar a economia local. Inhassoro, na província de Inhambane e o distrito de Gurué na província central da Zambézia.
“A alocação das forças não está em função do terrorismo ou não. Todo tipo de crime. Gurué é um distrito muito rico e produtivo. Portanto, também, os objectos económicos são a razão da vossa existência. Controlem Gurué e me deixem sossegado, porque temos que ter certeza que temos uma força que vai assegurar o distrito de Gurué, sem quartel específico”, salientou Filipe Nyusi.
“Ainda persistem bolsas de insegurança em alguns distritos da província de Cabo Delgado, embora se esteja a registar grandes progressos fruto do empenho das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique em coordenação das forças amigas do Ruanda e da SADC que forçam aos terroristas a uma posição defensiva e de fuga permanente a procura de refúgio”, admitiu, entretanto, o Presidente Filipe Nyusi.
“Ao criar estas companhias o Estado pretende reforçar, numa fase piloto, a capacidade operativa policial de protecção de pessoas e seus bens nas províncias indicadas e distritos concretos”, esclareceu o estadista moçambicano.
Segundo precisou Filipe Nyusi, “estamos seguros de que o vosso exemplo irá iluminar ainda mais homens e mulheres nesta nossa pátria. A vossa integração nestas companhias independente deve valer-se de prontidão e preparação táctico – militar que receberam durante a instrução que possibilite envolver-se em ambientes complexos com objectivo de trazer soluções tangíveis para o bem-estar dos moçambicanos”, referiu Nyusi para quem “hoje partem para missões específicas em dispositivos. O chamamento de hoje é para proteger território que se chama distrito, o pólo de desenvolvimento para onde o governo tem estado a direccionar sua atenção em todas as dimensões”.
Dos apelos aos militares e a população
Na ocasião, Filipe Nyusi apelou a recém-criada força especial para não desestabilizar as comunidades, desviando-se da nobre missão que lhe foi confiada.
“Vão defender crianças, mulheres, idosos, vão defender todos os moçambicanos e os que em Moçambique residem numa área delimitada é da vossa responsabilidade. No terreno vão defender empreendimentos económicos públicos e privados, vão defender projectos de desenvolvimento de Moçambique”, recordou Nyusi.
“As populações depositam confiança em vós, e buscam em vós a esperança de tranquilidade perante o ladrão, o traficante da droga, de seres humanos, os assassinos dos nossos concidadãos com a pigmentação da pele, os terroristas. O povo não deve viver com medo, porque a sua polícia vai cobra-lo pela sua defesa. O povo já pagou através das suas rendas que produzem embora ainda baixa”, continuou.
“Eu quero ouvir de que vocês são amigos das comunidades. Quero ouvir aquilo que estou a ouvir duma forma evolutiva no teatro norte, onde as populações tomam as suas Forças de Defesa e Segurança como verdadeiros filhos e protectores. A disciplina constitui, também, uma questão basilar para o sucesso da vossa actuação”, destacou, reiterando que “evitem situações que possam desviar o vosso foco na realização de missão que a partir de hoje vós atribuímos. Vocês são forças que tem que se distinguir de todos outros. Vocês não estão para discutir com a população, são para acarinhar. Vocês estão para defender a população”.
O apelo de Nyusi à população consiste no acolhimento da nova força. “Apelamos, igualmente, a toda colaboração, honestidade, e apoio necessário das Forças de Defesa e Segurança, denunciando todas situações que põem em perigo a segurança e o bem-estar colectivo para o sucesso da actividade de garantia da ordem, segurança e tranquilidade públicas”, disse o presidente, sublinhando que “não quero ouvir a população dos distritos que passa toda hora a fazer acusação à nossa tropa. Se um falhou não falhou a unidade, são obrigados a dizer aquele falhou porque vão trabalhar sobre pressão, são jovens que se entregaram para defender está pátria. Então, a primeira coisa que pedimos a população é a colaboração e carinho a esses nossos filhos. Só com a união e auxílio de todos se pode vencer todo tipo de crime incluindo o terrorismo”. (Constantino Henriques)