Maputo (IKWELI) – O partido Nova Democracia (ND) diz-se preocupado com o narcotráfico internacional em Moçambique que é apontado como a principal motivação da guerra em Cabo Delgado, e entende que seja o fim da linha do ex-movimento libertado (Frente de Libertação de Moçambique – FRELIMO).
Em comunicado enviado a imprensa, o partido liderado por Salomão Muchanga refere que “O narcotráficono país nasceu vinculado ao contrabando, evasão de riquezas nacionais e à corrupção governamental, crime organizado transnacional e as conexões indicam que, para além dos grupos paquistaneses e de suas fragatas frequentes naquela região, o comércio da droga ou pelo menos a circulação dos narcotraficantes é de níveis assustadores, o que sugere que é um negócio secular naquela região de confluência entre o Zanzibar e a foz do Rovuma, ao importante porto e aeródromo da Vila da Mocímboa da Praia”, pelo que “afastado do centro do poder, tem servido a nível estratégico dos criminosos, para aceder à África do Sul e daiexpedir para a Europa e América entre outros destinos dos narcóticos no mundo”.
Um vídeo transmitido por uma estação televisiva brasileira põe a nu algumas dessas operações ilegais, por isso o ND não se conteve em não reagi-lo.
Os relatos no vídeo, referem que “destacados membros do Partido Frelimo, governam este negócio juntocom os traficantes, num negócio que tem movimentado milhões de dólares americanos ano, e que com apresença dos megaprojetos, ficou a região condicionada, o que sugere que mina a livre circulação do narcotráfico e daí a necessidade de querer dominar e ter a força aquela região, o Porto e o aeródromo,respectivamente”.
Outro facto que remota de algum tempo é a pronúncia nos Estados Unidos de cidadão de origempaquistanesa identificado como barão do narcotráfico, preso e depois liberado em Pemba, por supostainsuficiência de provas e que viria a ser mais tarde, preso e extraditado para ser julgado na América.
Mais recentemente foi o episódio Fuminho, o barão brasileiro foragido da polícia federal brasileira e procurado pela Interpol e por toda América latina e nos Estados Unidos, que estava supostamentehospedado e guarnecido sob auspícios do regime, ou no mínimo, de seus membros e levava uma vida normal feito um cidadão de bem, que estava em Moçambique ao serviço da economia justa.
Mais recentemente, contextualiza a ND, ainda foram encontradas quantidades significativas da droga na Zambézia cujos autores e mentores a justiça não diz quem são, interceptadas e presas embarcaçõespaquistanesas transportando drogas pesadas, a apreensão de estupefacientes no corredor de Nacala,uma importante feitoria para circulação de drogas, incluindo os hotéis exageradamente construídos naquelaregião, cujo fluxo turístico não justiça, o que sugere um sindicato altamente enraizado em Moçambique, cujosmentores alimentam entre outras desgraças, a guerra no norte de Cabo Delgado, numa clara reivindicaçãode espaços para a manutenção da sua situação criminosa, sob olhar cúmplice dos sucessivos governos da Frelimo, porque antes da instalação dos mega projectos aquela região tinha sido sujeita ao abandono, desgoverno e de livre árbitro, para os mentores e agentes do narcotráfico.
“Porquê do silencio sobre as suspeitas e indicação das outras Nações, que tendo capacidade de o fazer, Moçambique escolhe albergar criminosos deste calibre e com compromissos e alianças do Partido no poder?”, pergunta a NV, prosseguindo que “já não são poucas as vezes que estes financiam esquemas de sabotagem eleitoral, com base em pessoas suspeitas por governarem o mundo da droga no país, com ofertas obscenas em campanhas eleitorais, que sugerem que haja esquemas de passagem e branqueamento de capitais”.
Para a Nova Democracia, este crime organizado tem as suas raízes bem distantes, podendo-se confundir com a idade do estabelecimento da Frelimo naquela região, aquando da luta para independência, se não tiver sido usado pelos sultãos do crime e do narcotráfico mais a norte de Moçambique, da Tanzânia e da Ilhade Zanzibar, cuja história de comércio com as comunidades a norte de Cabo Delgado, remota da épocamercantil.
A Nova Democracia julga que do ponto de vista de intervenientes para a dominação mercantil e comercial e das rotas de produtos e mercadorias e quiçá, a partir de um determinado momento que não se conhecepode, ter-se transformado na rota preferível do narcotráfico, essencialmente pela infraestrutura portuária eaeroportuária, fora do controle directo do poder executivo na região da Vila da Mocímboa da Praia, e danavegabilidade do canal de Moçambique na região costeira desde a foz desguarnecida do Rovuma a baía do Mocímboa da praia e Pemba, espaços de disputas entres Swahiles, Mackwes, Macondes e Mwanis e outros intervenientes, nomeadamente os ligados aos interesses coloniais, que nunca desapareceram na sua totalidade, nos domínios do comércio, pesca, navegação e intermediação, no acesso ao mar e às condições para o desenvolvimento de actividades pouco veladas pelo Estado, necessariamente pelo afastamento e desleixo a que, aquela região ficou exposta pelo menos da independência até ao surgimento das intenções de exploração dos projectos do gás.
Da região da Baía de Pemba sabe-se que um grupo considerável de indivíduos afectos a área comercial sededicou ou se dedica à actividade do narcotráfico e a exemplo um notável comerciante fora recentemente preso por envolvimento com este tipo de crime, o que sugere que um pouco por todo o País nomeadamenteas praias de Chongoene em Gaza, Zalala e Pebane na Zambézia, Nacala Porto e Memba em Nampula, entre outras pontos, têm sido fundamentais portas de entrada e de coexistência, entre o crime do narcotráficoe as comunidades, que enumeras vezes já receptaram nas pescarias a margem das praias, quantidades dedrogas, descartadas pelo factor tempo e riscos a cada recepção deste tipo de estupefacientes.
Ainda na senda das questões que levanta para reflexão, a Nova Democracia questiona: “porquê o governo do dia não age contra os já pronunciados em praças judiciais internacionais e porquê não enceta investigações internas a estes consórcios do crime, para que os seus mentores sejam presos eresponsabilizados, e o nosso país esteja isento do mapa do narcotráfico?” e “quem nos sucessivos governosda Frelimo beneficia deste tipo de crime organizado?”, tanto que “o nosso país está cercado de miséria criadapelos que deveriam proteger as comunidades da exposição a estes problemas na sociedade”.
O partido de Muchanga é ciente de que “não há razões bastantes para que estejamos sujeitos a convivercom barões do tráfico de drogas, tão pouco precisamos que a juventude seja infestada de psicotrópicos,potencialmente nocivos a vida dos nossos concidadãos”, analisando que “se ontem os consórcios do consumo de drogas pesadas era uma miragem em nosso contexto, com o desgoverno do regime, as nossas crianças em idade escolar estão expostas a isto, havendo registos de venda e consumo de drogas pesadas nos recintos escolares, de diversão, praias e espaços de laser, em quantidades industriais, o quesugere que as gerações que vêm, correm o risco de não encontrar uma sociedade para nela crescer e emlugar disto, nascerem para ser intoxicado por uma sociedade que se alienou, se corrompeu e se deleitou ao mundo do crime e da criminalidade sem escrúpulos e sem qualquer vergonha”.
A Nova Democracia avança que “chegou a hora de expurgar este partido estado de cariz socialistaselvagem, que ao longo de mais de 45 anos especula e espezinha o seu povo, transformando o País e asociedade em um interessante palco do crime apetecível por todo o clã universal da degeneração social edo desprezo humano mundial”, pelo facto de que “Moçambique tem-se tornado nestes mais de 45 anos no pior Estado do mundo, graças a uma classe de políticos corruptos e corruptíveis, que se venderam ao crime organizado internacional, e tem vivido nestes longos anos, sustentado seus grupos, através da contrafacção, do crime, da droga e despesismo absurdo e da delinquência institucional colectiva e estatal”.
Um outro apelo deste partido é no sentido de os cidadãos acordarem, porque “os movimentos nacionalistasrevolucionários têm vindo a tomar partido nos países amigos e vizinhos, numa clara evidência de que não émais sustentável, manter sistemas políticos viciados que degradam a sociedade, tão pouco deve se tolerar qualquer das suas manifestações, devendo todo o povo unir-se num projecto político único, para derrubar, destituir, eliminar suas células criminosas instaladas e institucionalizadas e uma responsabilização de todos aqueles que ao lado deste governo doentio, encontram proteção e abrigo para desenvolvimento deactividades contra o desenvolvimento da nossa sociedade, e vivem do narcotráfico”. (Redação)