Quelimane (IKWELI) – O fim da tarde da última quarta-feira (3) poderia ter terminado das melhores maneiras, quando o autarca de Quelimane, na Zambézia, o Professor Doutor Manuel de Araújo, decidiu levar um grupo de embaixador para dar uma volta pelo município de Quelimane, mas agentes da Polícia de Moçambique (PRM) decidiram “seguir ordens” para tentar impedir a actividade, o que provocou um mau estar nos corredores diplomáticos acreditados em Maputo.
Violações contra o próprio autarca e suas iniciativas, pela Polícia, tem sido recorrente naquele ponto do país. Em 2013, quando se celebrava a segunda vitória de Manuel de Araújo como autarca, democraticamente eleito, um agente da PRM afecto a Unidade de Proteção de Altas Individualidade (UPAI) em serviço na residência do então governador que viria a ser ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Joaquim Veríssimo, decidiu, deliberadamente, atirar contra o jovem músico Max Love que viria a perder a vida no local. O julgamento deste caso, apenas, começou oito anos depois, no passado mês de Outubro e o arguido se encontra ainda em parte incerta por, tanto a Polícia (de que é membro) e muito menos os órgãos de administração da justiça, não conseguirem localizá-lo.
Em vídeos postos a circular nas redes sociais, vê-se viaturas da PRM do tipo Mahindra bloqueando a passeata mesmo em frente ao edifício sede do conselho autárquico da cidade de Quelimane, em frente a Praça dos Heróis Moçambicanos.
Um indivíduo de corpo avantajado, dirigindo a operação e com tom de arrogância, foi abordar ao grupo do autarca exigindo explicações.
“Eu só quero saber o que se passa aqui na cidade de Quelimane”, escuta-se o agente no vídeo, o qual prossegue que “nós estamos a receber informações, parecer que Município não tem Presidente, não tem carta que autoriza, é uma marcha, quem fez isto, isto é distrito de quem? Excelência, é distrito de quem?”.
Este agente que dirige a operação, tem sido o mesmo que tem sido usado para “perseguir” Manuel de Araújo quando promove eventos do género na cidade que dirige.
Carismático, calmo e sem volta, o Professor Manuel de Araújo respondeu que “não é marcha, isto não é marcha, são 10 pessoas que vão conhecer a cidade, são embaixadoras de Canadá, Suécia e Finlândia”.
A arrogância daquele grupo de agentes da PRM que estava armada até aos dentes, somente, foi bloqueada depois que o autarca efectuou chamadas para a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, e ao Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael. (Redação)