Macomia (IKWELI) – Os militares da marinha moçambicana que intensificam acções de patrulha ao longo da costa da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, com vista a extinção de algumas linhas orientadoras dos terroristas, são acusados pelos populares locais de terem morto doze (12) supostos pescadores na Ilha de M’makolowe, no distrito de Macomia.
Segundo conta o nosso correspondente em Macomia, o incidente deu-se na terça-feira da semana passada, dia 26 de Outubro do ano em curso, na ilha de M’makolowe, localizada na aldeia Pangane no posto administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia em Cabo Delgado, quando uma embarcação onde havia 13 pessoas, dadas como pescadores, foi interpelada pelos militares da marinha moçambicana que trataram de aniquilar 12 deles, por suspeita de serem elementos do grupo dos terroristas.
O suposto grupo de pescadores, segundo acrescentam nossas fontes em Macomia, eram deslocados e vinham da Ilha Matemo no vizinho distrito de Ibo para mais uma actividade de pesca, uma das principais fontes de renda na região.
A notícia espalhou-se nas comunidades, graças a um dos treze pescadores sobrevivente que se encontra em tratamentos hospitalares numa das unidades sanitárias da cidade de Pemba.
“O não regresso daqueles 12 pescadores foi por causa de terem sido encontrados por militares no mar e foram mortos todos. O pescador que sobreviveu é porque fingiu que tinha morrido, mas acabou chegando na comunidade”, contou uma das nossas fontes.
Refira-se que nos últimos tempos, sobretudo com a presença das tropas estrangeiras, o espaço marítimo dos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia e Palma, por sinais os mais afectados pelo terrorismo, está restringido à presença de civis. Por essa razão, as autoridades marítimas em Pemba apenas emitem guias até a Ilha Matemo. (IKWELI)