Pemba (IKWELI) – Organizações da sociedade, em Pemba, entendem que os deslocados internos da guerra que fustiga aquele ponto do país, ainda não encontraram sossego na capital de Cabo Delgado.
Estas vítimas, ainda se ressentem do trauma devido aos momentos difíceis que passaram aquando dos ataques às suas aldeias e durante a fuga a pé, de carro ou ainda de barco, e da morte de seus familiares e perda de vários bens, e em causa estão aos abusos perpetrados por certos elementos das Forças de Defesa e Segurança, que quando os interpelam sem documentos, neste caso o Bilhete de Identidade (BI), os ameaçam e até os acusam de serem colaboradores de terroristas.
Em alguns casos, os deslocados são vítimas de ofensas psicológicas, assédios e extorsão de dinheiro quando não apresentam o bilhete de identidade ou declaração do bairro, e noutros são fisicamente violentados.
As denúncias contra maus-tratos às famílias deslocadas foram feitas na última segunda-feira, (25) em Pemba, por organizações da sociedade civil, num encontro com a Procuradora-Geral Adjunta da República, Glória da Conceição Adamo.
Em reação, Glória da Conceição Adamo, orientou a procuradoria Provincial a palestrar aos agentes das Forças de Defesa e Segurança sobre os direitos humanos e tornar medidas, não se devendo continuar a se assistir polícias, por exemplo, a criarem situações de medo e pânico.
Estiveram presentes no encontro de reflexão sobre os direitos humanos em Cabo Delgado, as organizações Kwendeleya, Kupendana, Sant Egídio, Associação para o Desenvolvimento e Promoção dos Direitos da Mulher e Rapariga, Actionaid, ADEL, Igreja Católica, Comissão Interligiosa da Paz, entre outras. (IKWELI)