Nampula (IKWELI) – O director provincial da Saúde em Nampula, Fernando Mitano, considera consumidores de Drogas naquele ponto do país como sendo um “lixo social”, na medida em que comprometem o desenvolvimento da sociedade local.
o dirigente fez estas declarações, em tom de crítica, aquando da realização de uma capacitação de activistas antidroga na cidade de Nampula, evento promovido pelo Gabinete Provincial de Prevenção e Combate à Droga.
“O comportamento dos consumidores de drogas começa a não ser adequado e esperado. Portanto, desenvolvem personalidades estranhas e podem até criar personalidades obsessivas e compulsivas, o que constitui perigo no seio da sociedade”, começou por considerar Mitano, para depois rematar que “a droga é responsável pelo divórcio nos lares, ela é responsável pela caducidade, as pessoas caducam imediatamente quando elas estiverem envolvidas nas drogas e, obviamente, a sociedade fica a criar aquilo que posso chamar pessoalmente de lixo social. Nós estamos a criar estas pessoas que optam pelas drogas que, ao mesmo tempo, classificam-se como um lixo social”.
Este director vai longe ao afirmar que os consumidores de estupefacientes para além de serem lixo social, exigem muito mais do governo, na medida em que necessitam de medicamentos para o seu tratamento, assistência psicossocial, bem como o reforço policial para garantir o controle, uma vez que constituem perigo na vida de outros cidadãos.
E mais, de acordo com as suas palavras, o consumo excessivo de narcóticos torna-se o maior problema para a sociedade, ao se considerar recursos financeiros que esta prática exige, sobretudo, para a camada jovem que não trabalha, e para alimentar o vício recorre ao roubo de dinheiro na casa dos seus progenitores, e não só.
Todavia, entre as adversidades, o director provincial da Saúde disse, em entrevista, que um combate cerrado contra este mal seria importante, envolvendo os diversos actores da sociedade, com destaque para os órgãos de comunicação social que desempenham um papel preponderante na informação e formação do cidadão, de maneiras que se possa almejar um futuro promissor nas campanhas que são promovidas por diversos órgãos sociais.
“Na nossa província nós temos um hospital psiquiátrico, e lá temos casos que, uma boa parte provém do consumo excessivo do álcool, entre outras drogas. Obviamente que estamos preparados não só em criar condições nos hospitais, mas também em ajudar essas pessoas a saírem na condição em que se encontram”, disse, ressaltando que “temos de entender que o hospital não é casa, hospital não é comportamento das pessoas, apenas disponibiliza ajuda biológica e psicológica necessária”, aconselhando aos que já estiveram na condição de tóxico-dependentes a abandonarem a prática, porque a droga consumida pode desembocar em epilepsias, esquizofrenias, bem como vários tipos de demências.
No seu entender, o consumo de álcool e drogas tende a aumentar na província de Nampula, onde uma parte significativa de consumidores contempla a juventude que, em consequência disso, abandona os estudos e entra no mundo do crime.
“Quando se trata de jovens em idade escolar, quer dizer que estes nunca serão produtivos, porque a droga vai reduzir a possibilidade de desenvolver a área cognitiva e até vai criar problema do desenvolvimento psicomotor. Estamos a dizer que esses jovens não caminharão como poderiam caminhar, não poderão ter uma reflexão digna como deviam ter e, em consequência disso, temos jovens que agridem a própria sociedade em resultado do uso dessas drogas. Estamos a dizer que a vida normal desses jovens está absolutamente acabada”, concluiu Fernando Mitano. (Esmeraldo Boquisse)