Nampula (IKWELI) – A Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE) ordenou ao encerramento temporário de um estabelecimento comercial localizado na zona do mercado do Matadouro, que se dedicava a venda de cimento de construção, devido a subida injustificada do preço do produto.
Recentemente, Manuel Rodrigues, governador de Nampula disse que o executivo provincial não ia mais tolerar as práticas desonestas dos comerciais, e garantiu que quem assim procede-se seria, exemplarmente, responsabilizado e sancionado.
Nas últimas 48h a INAE saiu a rua para fazer valer o apelo do primeiro governador eleito do maior círculo eleitoral do país, e, com efeito, encerrou o estabelecimento na zona do mercado do Matadouro e recolheu, pelo menos, 15 (quinze) sacos de vendedores informais que fixam os seus produtos em diferentes pontos das estradas da urbe.
De acordo com Benedito Romão Muiane, inspector da INAE em Nampula, “trata-se de um processo de monitoria do preço de cimento de construção. Regista-se, neste momento, o aumento do preço de cimento na cidade de Nampula. Esta situação começou a verificar-se concretamente na terceira semana do mês de Agosto passado, o que coincide com um período de restrição no fornecimento deste material de construção a partir da fábrica, em Nacala”, por isso, “do trabalho que nós fizemos conclui-se que a indisponibilidade do clinquer “matéria-prima para o fabrico do cimento” no mercado internacional foi o que ditou a escassez deste produto ao nível da cidade de Nampula. A informaçao que temos ainda é que o aumento do preço está associado ao longo período de espera que os camiões têm. A informação que temos é que não se registou o aumento do preço de cimento a partir da fabrica”.
O inspector aponta que “neste momento, estamos a apelar a todos os revendedores de cimento para que passem a praticar os preços antes praticados, visto que não faz sentido, pois a partir da fábrica não se registaram aumentos”.
Um dos comerciantes visados nesta operacao é Jaime Manuel que diz que “este cimento é comprado em Nacala e aqui agente revende, não sei dizer qual é o preço da fábrica. Eu sou apenas um funcionário colocado aqui para vender, o proprietário não está presente. O meu patrão orientou-me para vender a 600,00Mt (seiscentos meticais)”.
Abílio Francisco é vendedor informal de cimento de construcao nos arredores da cidade de Nampula, e interpelado pela missao do INAE, e assegurou na ocasiao que “estou a fazer biscate, agente recebe uma quantidade de sacos através dos donos para vender aqui fora. Retiramos do armazém e quanto mais vendermos, mais bónus temos”. (Texto: Esmeraldo Boquisse *Foto: Hermínio Raja)