Nampula (IKWELI) – Assinala-se nesta terça-feira, 12 de Outubro, o dia do professor moçambicano, e pela ocasião, o secretariado provincial do Sindicato Nacional de Professores de Moçambique (SNPM), em Nampula, referiu que muitos membros da agremiação recorrem ao crédito, maioritariamente, bancário para poderem ter uma vida condigna.
André Janna, secretário executivo do SNPM na província de Nampula, considera que o recurso a créditos está a ter uma tendência progressiva, o que preocupa o sindicato, considerando que para além dos créditos formais, há professores que contraem créditos informais e ilegais com agiotas.
Esta situação, segundo a fonte, em muitos casos leva a situação de conflito legal entre os professores e os bancos comerciais por incumprimento na amortização dos créditos.
Janna reconhece que a organização que dirige não entra na responsabilização da prática, mas lamenta que, sobretudo quando mudam de categoria, muitos dos seus colegas querem ter uma vida aparente.
“Crédito bancário é uma situação individual, o professor tem o seu salário e o banco vai contactar com ele, aí a O.N.P não entra. O salário como é individual fica difícil dizer se vai ou não ao banco”, disse André Janna, para depois prosseguir que “temos tido problemas de colegas que fazem pedidos em dois bancos, quando na realidade o seu salário não chega a ser alguma coisa”.
Por outro lado, a fonte assegura que “uns fazem crédito porque o próprio salário não ajuda muito. O nosso salário não é daqueles que desejaríamos que fosse. Está claro que o salário não é satisfatório, razão pela qual alguns recorrem a créditos bancários onde, também, os juros são extremamente elevados. Mas, também, compreendemos que temos tantos problemas que não é fácil resolver todos ao mesmo tempo”.
É nesta vertente que, na tentativa de resolver alguns problemas familiares e pessoais, através do crédito bancário, alguns ainda movem outros problemas, no entender da fonte, na medida em que não conseguem liquidar as dívidas e os gestores dos bancos correm atrás destes professores.
Além disso, o secretário executivo provincial André Janna deu a conhecer que a equidade de género na classe dos professores em Nampula ainda prevalece como um desafio, sendo que do universo de 30.714 (trinta mil setecentos e catorze) funcionários inscritos na organização, apenas 11.000 (onze mil) são mulheres.
Referente aos processos referentes a promoção, progressão e mudanças de carreira na classe dos professores em Nampula, do ano passado até esta parte cerca de 3.507 (três mil quinhentos e sete) funcionários foram promovidos, em cerca de 4.662 (quatro mil seiscentos e sessenta e dois) planificados.
De acordo com Janna, progrediram 2.456 (dois mil, quatrocentos e cinquenta e seis), num universo de 3.196 (três mil cento e noventa e seis) planificados. E mais, 3.359 (três mil trezentos e cinquenta e nove) mudaram de carreira, no total de 4.874 (quatro mil oitocentos e setenta e quatro) que tinham sido planificados. (Esmeraldo Boquisse)