14 professores perderam a vida em Nampula vítimas da covid-19 desde a eclosão da pandemia

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Nampula (IKWELI) – Desde a eclosão da pandemia da covid-19 em Março de 2020, a província mais populosa do país, Nampula, perdeu, pelo menos, catorze (14) professores vítimas da covid-19.

André Janna, da Organização Nacional de Professores (ONP) em Nampula, o número é preocupante, considerando que vários outros contraíram a doença, mas depois se recuperaram, tanto que as situações de risco ainda prevalecem.

O sindicalista disse ao Ikweli que a maioria dos professores tomaram a vacina contra a covid-19, o que significa que estejam imunizados.

Janna deu essas informações em exclusivo ao Ikweli, quando convidado abordado para falar das preocupações da classe nas vésperas do dia professor que se assinala no próximo dia 12 do corrente mês.

Na mesma ocasião, a fonte apresentou como preocupação o facto de em casos de mortes, muitas famílias de professores não estarem a beneficiar do subsídio de morte.

“Nós temos uma preocupação em que os professores sofrem um desconto referente a assistência médica e medicamentosa, mas quando perdem a vida este valor não aparece. Este é um sentimento triste para a família que fica” disse o sindicalista, para quem “preocupa, igualmente, a O.N.P porque quando chegamos ao patronato depois de perdermos um colega e este que não tem valor para adquirir caixão ou a realização da cerimónia fúnebre condigna ficamos extremamente complicados e preocupados ao mesmo tempo”.

Janna refere que quando há morte e/ou doença, a organização recorre ao serviço distrital da Educação onde é alocado o dinheiro para atender questões de assistência médica e medicamentosa. Porém, adianta explicando que, também, este sector recebe um valor reduzido, a título de exemplo é que “se em um ano um certo distrito recebe 100.000,00 (cem mil meticais), significa que vai beneficiar a 10 professores mortos, porque o valor destinado para cada um é de 10.000,00 (dez mil meticais), não importa a categoria, embora o desconto seja feito em função da categoria”.

A fonte disse que o valor que deve ser alocado não é apenas para o professor, como também, inclui a sua família. Todavia, o patronato não toma atenção a esta componente, esquece-se, na totalidade, que este funcionário do Estado que perdeu a vida tem os seus dependentes.

Sem avançar dados numéricos, Janna informou que num trabalho feito pela O.N.P em alguns distritos, constatou-se que existem processos de subsídio de morte e funeral que não foram pagos, e os valores que deviam ser canalizados às famílias são elevados.

Numa outra abordagem, tomamos conhecimento que a classe de professores em Nampula é assolada pelo vírus do HIV/SIDA, sendo que 338 professores são seropositivos, num universo de 30.714 (trinta mil setecentos e catorze) que a província tem. Desses professores seropositivos, segundo a fonte, 238 estão acamados.

Dos mais de trinta mil professores existentes em Nampula, apenas onze mil são do sexo feminino. (Esmeraldo Boquisse)

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