“A África Subsaariana sai da recessão em 2021, mas a recuperação continua vulnerável” – refere o Banco Mundial

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Washington (IKWELI) – O Banco Mundial refere que a África Subsaariana deverá emergir da recessão de 2020 provocada pela pandemia da COVID-19, com um crescimento previsto de 3,3% em 2021.

“Esta previsão é 1% superior à previsão de abril de 2021, de acordo com a última edição do “Africa’s Pulse”. Esta recuperação é, actualmente, alimentada pelos elevados preços das matérias-primas, por um relaxamento das rigorosas medidas adotadas durante a pandemia e pela recuperação do comércio global, mas continua vulnerável, tendo em conta as baixas taxas de vacinação no continente, os danos económicos prolongados e o ritmo lento da recuperação”, aponta o Banco Mundial em comunicado de imprensa distribuído a partir de Washington.

De acordo com a análise do “Africa’s Pulse”, a actualização económica semestral do Banco Mundial para a região, o crescimento para 2022 e 2023, também, permanecerá um pouco abaixo dos 4%, continuando a ser inferior à recuperação nas economias avançadas e nos mercados emergentes, e reflectindo uma falta de investimentos na África Subsaariana.

“Um acesso justo e amplo às vacinas contra a COVID-19 eficazes e seguras é fundamental para salvar vidas e fortalecer a recuperação económica em África”, disse, citado pelo comunicado, Albert Zeufack, Economista Chefe do Banco Mundial para África, prosseguindo que “uma disponibilização mais rápida de vacinas aceleraria o crescimento da região para 5,1% em 2022 e 5,4% em 2023 – pois isso permitiria levantar mais medidas de contenção, impulsionando o consumo e o investimento”.

A mesma análise mostra que “as actuais velocidades de recuperação económica na região são variadas, com as três maiores economias, Angola, Nigéria e África do Sul, a crescerem 0,4%, 2,4% e 4,6%, respetivamente. Excluindo a África do Sul e a Nigéria, o resto da ASS está a recuperar mais rapidamente a uma taxa de crescimento de 3,6% em 2021, com países não ricos em recursos, como a Costa do Marfim e o Quénia, com uma forte recuperação estimada de 6,2% e 5,0%, respetivamente”.

Uma tendência positiva é que, de acordo com os autores do relatório, os países africanos aproveitaram a oportunidade da crise para promover reformas estruturais e macroeconómicas. “Diversos países iniciaram reformas estruturais difíceis, mas necessárias, tais como a unificação das taxas de câmbio no Sudão, a reforma dos subsídios aos combustíveis na Nigéria e a abertura do sector das telecomunicações ao sector privado na Etiópia”, apontam os autores do relatório em referência.

Além disso, segundo o comunicado, “graças a políticas monetárias e fiscais prudentes, o défice fiscal da região, que correspondia a 5,4% do PIB em 2021, deverá diminuir para 4,5% do PIB em 2022 e 3% do PIB em 2023. Contudo, a disciplina fiscal, combinada com um espaço fiscal limitado, impediu os países africanos de injetarem os níveis de recursos necessários para lançarem uma resposta política vigorosa à COVID-19”.

“Além das crescentes pressões fiscais e do crescimento dos níveis da dívida à medida que implementam medidas para uma recuperação económica sustentável e inclusiva, os países da África Subsariana, também, sofreram com o agravamento dos impactos das alterações climáticas”, lê-se na mesma nota, cujo conteúdo temos vindo a citar, a qual avança que “os autores do “Africa’s Pulse” aconselham que, assim como os países têm utilizado a crise para introduzir medidas de reforma, também devem aproveitar esta oportunidade para fazer transições sustentáveis e resilientes para economias com baixas emissões de carbono que podem proporcionar benefícios de longo prazo sob a forma da redução dos riscos ambientais, assim como novas aberturas para o desenvolvimento económico”.

Os relatórios destacam o contexto único de África, com um baixo desenvolvimento de base, vulnerabilidades climáticas preexistentes, um limitado acesso à energia e uma elevada dependência de sectores sensíveis ao clima – como constituindo desafios, mas que também proporcionam oportunidades para transformar a economia e criar empregos. As empresas privadas e os governos em África estão a dar formação para empregos no sector da energia solar (Togo e África do Sul).  Os investimentos em infraestruturas inteligentes em relação ao clima podem ajudar as cidades a criar empregos. A descarbonização é uma oportunidade para fomentar as atividades transformadoras na região, incluindo a produção de componentes da “Internet das Coisas”, a agregação de valor aos minerais que irão impulsionar a economia verde e a inserção nas cadeias de valor regionais. (Aunício da Silva)

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