Nampula (IKWELI) – Espera-se que a partir do próximo dia 30 do corrente mês de Outubro, os 10 furos de captação de água abertos pelo Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG) na zona de Namiteca, bairro de Muahivire, estejam ligados a rede de distribuição do precioso líquido da maior autarquia do norte de Moçambique, o que poderá aliviar a pressão sobre a barragem de Nampula.
Segundo dados do FIPAG, Namiteca poderá incrementar os níveis de abastecimento de água na maior autarquia do norte do país em 20%.
Regularmente, entre o último trimestre do ano e o primeiro do ano seguinte, a cidade tem enfrentando crises no abastecimento de água, sobretudo quando não se regista a precipitação atmosférica como deve ser.
Preocupado com esta estacão, o governador de Nampula, Manuel Rodrigues, visitou o FIPAG para se inteirar dos esforços em curso para minimizar e/ou resolver o problema.
Rodrigues foi, directamente, ao campo, e neste caso visitou os 10 furos que estão em Namiteca, e pelo que viu aparentava um governante satisfeito com as soluções graduais que estão sendo encontradas para minimizar o problema de abastecimento de água na cidade de Nampula.
“De facto, nós estamos sempre preocupados com a situação de abastecimento de água na nossa cidade de Nampula, preocupação essa que se junta a província no seu todo, porque como sabem que a água é um líquido precioso”, disse Rodrigues no campo de Namiteca, para depois prosseguir que “sem o qual não há vida, e nós queremos que a população da província de Nampula, em especial aqui na cidade de Nampula onde temos cerca de um milhão de habitantes, tenha água”.
Por outro lado, o governante reconhece que a pressão no acesso à água tem sido intensa. “Nós temos que ter água para a nossa população”, clarificou Rodrigues, primeiro governador eleito de Nampula, para quem “é no quadro desta necessidade, que queremos acompanhar aquilo que é o progresso do trabalho que está a ser feito para minimizar este problema de falta de água na nossa cidade de Nampula”.
Actualmente, os níveis de encaixe na barragem de Nampula, construída sobre o rio Monapo, rondam aos 70%.
Depois de visitar aquele ponto, Rodrigues explicou que em “Namiteca nós temos 10 furos que já estão prontos. O trabalho já está concluído. Neste momento, decorre o trabalho de montagem de tubos de canalização para que a água possa se juntar a tubagem principal que abastece a cidade de Nampula, através do bairro de Muhala Expansão e de Muahivire Expansão, o que quer dizer que o que acabamos de ver aqui em Namiteca, os trabalhos, de facto, estão em 80% de execução”.
Com os 10 furos, o FIPAG passará a bombear mais 6 mil metros cúbicos de água, o que vai contribuir para suprir os níveis de abastecimento.
Em tom de apelo, Rodrigues disse que “vamos continuar a monitorar”, e que “como governo estamos muito preocupados. A população quer água, o governo quer água. Portanto, nós não queremos fazer manifestações e não queremos continuar a ter aquela situação triste das pessoas todos os dias terem que acordar com baldes na cabeça, percorrerem toda cidade”, porque “aquilo é uma vergonha, por isso mesmo a natureza nos dá essa água”, por isso com os furos de Namiteca “a cidade de Nampula não irá conhecer a situação triste que nós tivemos no ano passado, de estamos a ver tanta gente a andar com baldes a procura de água em tudo que é canto da cidade Nampula”.
A fonte está ciente que a solução, actualmente, encontrada é paliativa, por isso deve se equacionar a longo prazo soluções que estanquem para sempre o problema de abastecimento de água na cidade de Nampula.
“Para o caso específico da cidade de Nampula, a opção que nós temos é Monapo e tem de ser de forma abraçada, apesar de ser uma opção cara, porque envolve a questão dos recursos financeiros, porque terá que atravessar, praticamente, dois ou três distritos até chegarmos a cidade de Nampula”, sublinhou o chefe do Conselho Executivo Provincial de Nampula.
Por seu turno, Novais Soca, chefe do departamento Técnico do FIPAG – Área Operacional de Nampula, “neste momento, as obras estão, em termos de execução física, ao 83%. Isso representa um número muito bom para aquilo que é o cronograma para cumprir com a entrega das obras”, e que “temos a previsão de entrega das obas a 30 de Outubro, mas antes, obviamente, que vão decorrer aqui os ensaios da conduta adutora, e os ensaios de testes de equipamentos”.
Soca está ciente que essa não é a varinha mágica para tirar, em definitivo, a cidade de Nampula do problema de abastecimento de água, mas “ainda nos garante um conforto, porque a situação da albufeira, neste momento, é de 80% daquilo que é o volume de armazenamento”.
O responsável do departamento técnico do FIPAG refere que “ainda conseguimos fazer uma boa distribuição até finas de Outubro. Estamos a dizer que podemos estar a 60% e podemos continuar com uma captação de 60%, nessa altura, dado o acréscimo de 20%, que nós temos em Namiteca que são 6 mil metros cúbicos de água a bombar para a rede, nessa primeira fase, isso nos conforta muito em termos de abastecimento. Se formos a comparar com a situação do ano passado, até porque mesmo em relação aquilo que são os números de encache, este ano estamos mais confortáveis em relação ao ano passado”. (Aunício da Silva)