Hungria (IKWELI) – Moçambique participa desde o passado dia 25 do corrente mês de Setembro do Fórum Mundial da Natureza e da maior exposição sobre a natureza que decorre na Hungria.
O evento decorre até ao dia 14 de Outubro próximo, e o país se faz representar através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) em colaboração com a Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS).
Um comunicado da ANAC recebido na nossa redação indica que o país participa com dois stands, sendo um do governo (ANAC) e outro do sector privado (AMOS). O stand de Moçambique está localizado numaárea estratégica do “pavilhão A”, e a temática destaca duas das características distintas de Moçambique, nomeadamente “a beleza e diversidade das suas áreas de conservação marinhas e as de interiorilustradas por painéis amplos com fotografias em 3D da Ponta Dobela, localizada na Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro; de uma manada de Elefantes do Parque Nacional da Gorongosa e pela foto deuma manada de búfalos a perder-se de vista nas planícies do complexo de Marromeu. A ilustrar parte do património cultural do país, a parte traseira do stand do país exibe um imponente painel com a imagem das pinturas rupestres do Parque Nacional de Chimanimani, que constituem registo da cultura material dos povos Khoisan, ou Bosquimanos, caçadores- recolectores que habitaram a área de Chimanimani há muitos milhares de anos até ao primeiro milénio”.
Mateus Mutemba, Director-Geral da ANAC, aponta que “viemos para este evento tendo em vista dois segmentos principais, nomeadamente investidores e turistas. Trazemos um conjunto de oportunidades de investimento em turismo baseado na natureza (contemplação e de caça), mas também trazemos os nossos parques e reservas nacionais com as suas atracções e comodidades para os turistas que se interessam em África, destacando o que de distinto nós temos a oferecer em termos de turismo de interior e decosta. Em particular, destacamos as oportunidades de investimento no Parque Nacional de Chimanimani, realçando o facto de este constar entre os 100 lugares do mundo eleitos pela Revista TIMES como os melhores destinos a visitar em 2021”.
“Em relação aos mercados para o turismo de caça, em esforço conjunto com a Associação dos Operadores de Safaris de Moçambique, vamos direcionar a nossa abordagem para os países da Europa do Leste, incluindo a Hungria, a Rússia, entre outros, assim como dos países do médio oriente. Vemos uma necessidade de abordar de forma mais incisiva estes mercados que têm sido consistentes nos últimos anos, tendo em conta a tendência de redução dos actuais principais mercados emissores de turismo decaça onde há um crescente movimento de banimento da importação de troféus de vida selvagem emalguns ocidentais”, adiantou a fonte prosseguindo que “usaremos, também, esta oportunidade para fazer alianças com outros países que praticam caça responsável para juntos demonstrarmos como a manutençãoda caça responsável e devidamente regulada desempenha um papel importante na gestão do crescimento das espécies, no combate á caça furtiva e comércio ilegal de produtos de vida selvagem bem como na economia dos nossos países e no desenvolvimento social e económico das comunidades que vivem em áreas adjacentes às nossas coutadas ou fazendas do bravio, áreas em que se pratica a actividade de caça”.
Mutemba assegura, ainda, que “estamos, também, a acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos e pesquisas relevantes para o nosso sector e a familiarizar-nos com o trabalho que outros países e empresas têm feito no âmbito da cadeia de valor da indústria de vida selvagem, tendo em vista a maximização das oportunidades geradas por aquele sector para a economia local e geração de empregos no processamentopor exemplo, em actividades como a taxidermia, por exemplo”.
Por sua vez, o Presidente da Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS), Adamo Valy,disse que a participação da sua agremiação junto com a OPHAA “visa mostrar o papel fundamental que os operadores privados têm na preservação da biodiversidade e como a actividade de caça responsável contribui para a economia dos países, principalmente no crescimento económico e social das comunidades envolvidas”.
Em Moçambique a actividade de caça é regulamentada pelo Decreto 82/2017 de 29 de Dezembro o qual aprova o Regulamento de Caça, e estabelece os termos e condições para o exercício da actividade,com salvaguarda da protecção e conservação da biodiversidade faunística, no quadro do desenvolvimento sustentável.
A actividade de caça é praticada nas áreas de conservação de uso sustentável, como são os casosdas Coutadas Oficiais e as Fazendas do Bravia, bem como nas zonas de utilização múltipla. As receitas do turismo cinegético (de caça) constituem 80% da contribuição para a receita global do sector das Áreasde Conservação, tendo em 2020 totalizado 72,441,201.00 de Meticais, o que representou uma queda de 60.2% em relação a 2019. Em consequência da Pandemia da COVID-19 a receita específica do turismo cinegético registou uma queda ainda maior, na ordem de 75.4%, dado que a maior parte dos turistas caçadores são provenientes da América, Ásia, Europa e África do Sul, regiões que foram e estão sendoafectados pela pandemia. (Redação)