PRM diz que violentou escribas por falta de identificação e uso de telefones celulares para captar imagens em Nampula

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Nampula (IKWELI) – O porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, Zacarias Nacute, justificou que a agressão protagonizada pelos seus colegas contra seis jornalistas e operadores de câmera na semana passada deveu-se ao facto de as vítimas não terem trajado coletes com identificação dos respectivos órgãos de informação e por terem gravado o incidente com recurso a telefones celulares, ainda que tal não constitua verdade.

No habitual briefing com a imprensa, que acontece nas segundas-feiras, Nacute nem se quer se referiu a este acto violento, mas os jornalistas tiveram de perguntá-lo a razão das constantes agressões que este “parceiro” tem lhes proporcionado.

“Existiam jornalistas que, posteriormente, foram identificados como jornalistas a fazerem gravações com telefones celulares”, justificou-se a fonte, prosseguindo que “nós, como instituição, não estamos acostumados a ver jornalistas a gravarem imagens com telefones celulares. Pareceu-nos tratar-se de indivíduos curiosos que estiveram a tentar captar imagens para publicar e a posterior criar uma má imagem da actuação policial”.

Diante das insistências, Nacute teve de elaborar mais um pouco e disse que “a informação que nós colhemos dos nossos agentes, que são agentes íntegros e que fazem a sua actividade com zelo e profissional, é de que houve uma desestabilização da ordem pública. E nesse processo de desestabilização da ordem pública, estiveram indivíduos que posteriormente foram identificados como jornalistas no grupo daqueles que encontravam-se, em algum momento, a criar maior agitação no processo da desestabilização da ordem pública”, por isso e “face a esta situação, a Polícia, como o garante da ordem e segurança públicas, sentiu a necessidade de recolher esses agitadores para que o processo de desestabilização da ordem pudesse se estancar”.

Assim, no entender do porta-voz da PRM em Nampula, os jornalistas agitaram as pessoas que estavam a reivindicar, tanto que “nesse processo de recolha desses indivíduos foi-se aferir, já no interior das instalações do INAS, que era o alvo da manifestação, que se tratavam de jornalistas em número de seis que, posteriormente, foram soltos depois de se verificar as suas identificações”.

“Queríamos, neste momento, aproveitar para deixar um recado a todos os responsáveis dos operadores de comunicação social para que identifiquem, da melhor forma, os seus agentes para que em processos de desestabilização da ordem pública para que a polícia possa, de forma clara, identificar de quem se trata o individuo”, exigiu Nacute, comentando que “uma vez não identificados, não portam coletes com identificação das suas operadoras, é difícil num processo de agitação o agente conseguir discernir de quem se trata o individuo, dai que todo aquele que nalgum momento está a criar alguma desestabilização foram isolados para que o processo de desestabilização não pudesse ter pernas para andar”.

Por fim, Nacute concluiu que, justificando tamanha violência, “esta é uma acção normal de controlo de massas, daí que a polícia teve essa atitude por zelo e competência dos agentes da PRM face a desordem pública que havia no local”. (Redação)

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