Estacionamentos irregulares afectam circulação de viaturas e peões na cidade de Nampula

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Nampula (IKWELI) – A falta de espaços para estacionamento de viaturas e outros meios circulantes na cidade de Nampula, maior centro urbano do norte de Moçambique, já começa a criar constrangimentos na mobilidade rodoviária.

Para circular nas principais ruas e avenidas da autarquia, no horário normal de expediente, é um desafio, tanto para os automobilistas, assim como para os peões.

As avenidas Eduardo Mondlane, FPLM, Paulo Samuel Kankhomba, Samora Machel, Josina Machel, 25 de Setembro e Francisco Manyanga, incluindo as ruas da Cidade de Moçambique, Monomotapa, 3 de Fevereiro, Continuadores e Daniel Napatima são exemplo disso.

Esta situação torna-se ainda mais terrível com o desrespeito pelas regras de trânsito por parte dos condutores de “chapa-100”, motociclistas e operadores de táxi de carro.

Por exemplo, na avenida das FPLM, no troço que sai da rua dos Viveiros até ao mercado do Naloco a situação é drástica. Os proprietários de viaturas e clientes dos estabelecimentos comerciais ali existentes estacionam de tal forma que consomem, quase que, a metade da avenida.

Próximo a ponte sobre rio Muhala, no mesmo troço, automobilistas particulares e de longo curso passam por martírio para conseguir atravessá-lo.

“A circulação aqui é difícil. Alguém pode vir com pressa passando pela avenida F.P.L.M, mas quando chega na zona da ponte sobre o rio Muhala, tem de abrandar a marcha, para não correr o risco de se acidentar. Isto devido a existência de muitos carros que são estacionados por um período longo, ou mesmo entre nós chapeiros não conseguimos nos organizar quando pretendemos parar”, disse Aviriato Marcos, automobilista que circula na rota Subestação/Muahivire, na cidade de Nampula.

Igualmente, os taxistas de moto constituem mais um factor que contribui para que haja dificuldade na circulação, uma vez que estes criaram a sua paragem a poucos metros da ponte, um ponto bastante movimentado da cidade de Nampula.

“Há vezes em que chega aqui um grupo de agentes da Polícia de Trânsito e os da Polícia Municipal e de Fiscalização para pôr a ordem neste local, mas depois da sua retirada o cenário volta na mesma. Pior ainda nas manhãs, ao meio-dia e no começo da noite enfrentamos dificuldades em circular normalmente ao longo desta avenida”, disse ao Ikweli Nelson da Inês Vasco, partilhando a mesma ideia com Carlos Pique, ambos automobilistas de transporte público de passageiros.

Na rua da cidade de Moçambique, concretamente entre a avenida Francisco Manyanga (próximo aos Correios de Moçambique) até a rua 3 de Fevereiro (junto aos Serviços Distritais da Educação, Juventude e Tecnologia) a circulação de pessoas e veículos está sempre condicionada, sobretudo por ser uma rua de sentido único há quem decida estacionar sem a observância das regras.

Cenários dramáticos o Ikweli observou, também, na rua Monomotapa e Daniel Napatima, onde, estando os passeios ocupados por vendedores informais, peões são obrigados a disputar o espaço que resta, no meio da rodovia, com automobilistas, estes últimos impacientes e sempre apressados.

Na rua 3 de Fevereiro, desde a avenida da independência até a rua dos Continuadores, a circulação é sempre tensa, pois para além de veículos mal-estacionados, há, também, motoqueiros que estacionam quase que no meio da estrada.

“Isto aqui é sempre assim”, disse Anastácio Paulino, munícipe entrevistado pelo Ikweli, o qual prossegue que “de segunda-feira a sábado o cenário não muda. Nós que não temos viaturas corremos mais risco. Esta situação concorre para a existência de muitos ladrões, porque quando te roubam desaparecem entre estes carros aqui irregularmente estacionados”.

A senhor Benedita Manhonha trabalha em um dos estabelecimentos que fica localizado ao longo da rua 3 de Fevereiro, e refere que “isto é um sofrimento. Eu penso que o município devia encontrar alternativas a isso, porque não pode continuar assim este cenário”.

“Já vimos muita coisa aqui. Ora são acidente, ora são roubos. As pessoas estacionam de qualquer maneira, e nem se quer deixam espaços para manobras”, afirma Gani Pedro, que trabalha em uma loja ao longo da rua Daniel Napatima.

Este cenário acontece perante olhar impávido da edilidade presidida por Paulo Vahanle. Das intervenções pretendidas pela autarquia não passaram, nunca, de promessas.

Neste ano, o conselho autárquico da cidade de Nampula tinha anunciado a introdução do sistema de estacionamento rotativo, uma medida que se acreditava que fosse acabar com os estacionamentos irregulares na urbe, mas tal não passou de discurso. (Aunício da Silva e Esmeraldo Boquisse *Foto: Hermínio Raja)

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