Nampula (IKWELI) – Os moradores do bairro de Namicopo, o mais populoso do país, e localizado na cidade de Nampula, queixam-se da falta de água potável, maioritariamente, fornecida pelo Fundo do Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG).
Segundo apurámos dos consumidores das unidades residenciais de Mutava Rex e Namiepe, entre outros, a situação agrava-se com as medidas de abastecimento restritivo, devido a contenção imposta pela escassez de água nas principais fontes de abastecimento do FIPAG.
Moradores entrevistados pela nossa equipa de reportagem apontam que, há casos, em que ficam uma semana sem ter acesso a água potável por não estar a jorrar nas torneiras.
“Desde quinta-feira passada (19 de Agosto e a entrevista foi realizada no dia 26 de Agosto) que a água não pinga na torneira da minha casa, e neste momento estou a recorrer água dos poços para uso da minha casa”, disse a senhora Mabeta da Conceição Bernardo, residente na Unidade Comunal Josina Machel, prosseguindo que “a água que tiro do posso não chega, pois ela é vendida, chega a custar 2,00Mt (dois meticais) o balde de 20 litros, e sou obrigada a gastar no mínimo 30,00Mt (trinta meticais) por dia para compra de água não tratada”.
Por outro lado, a nossa entrevistada contou que, por exemplo, para ter acesso a água para beber é obrigado a percorrer entre 5 a 10 quilómetros, para outros bairros, a fim de conseguir o precioso líquido.
Com bebe de pouco dias de vida, a senhora Páscoa Vítio explica que é difícil garantir higiene na casa, porque a questão de acesso a água está cada vez mais complexa.
“Tenho bebé recém-nascido, a água que tiramos nos poços não responde a demanda, pois usamos muito em todos aspectos”, afirma, reiterando o apelo para que as entidades responsáveis façam algum esforço para solucionar o problema. (Lino Victor)