Nampula (IKWELI) – O delegado da Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE) em Nampula, Élio Rareque, denuncia que funcionários públicos têm sido os mais renitentes no cumprimento das medidas de prevenção da covid-19 naquele ponto do país.
Segundo esta fonte, são estes agentes públicos que, maioritariamente, promovem aglomerados nos seus quintais, através de bares clandestinos, violando a situação da calamidade pública em vigor no país, no âmbito da prevenção e mitigação da pandemia.
Recentemente, o governador de Nampula, Manuel Rodrigues, reuniu-se com administradores distritais e presidentes dos conselhos autárquicos de Nampula, por isso Rareque não perdeu a oportunidade para pôr a par os dirigentes da província sobre esta triste realidade.
“Muitas das festas de casamentos, aniversários e outras são dadas nas residências de funcionários públicos que exercem cargos de chefia e direcção, o que nos deixa muito preocupados porque são estes que deveriam fazer valer estas medidas de prevenção, servindo de exemplo na sociedade”, disse Rareque.
Tendo em conta que na sua qualidade, o funcionário público é que deveria servir de exemplo no cumprimento destas medidas, precisaria existir alguma acção no sentido de proibir a estes, o uso das suas residências para a realização de festas até mesmo a participação deles nestes eventos.
A mesma situação foi apresentada pela Directora da I conservatória do registo Civil da Cidade de Nampula, Fárida Fernando, esta que deu a conhecer que quanto ao número de participantes de um casamento, tem havido uma violação desta medida principalmente quando são casamentos de parentes de um dirigente.
“Nós temos o limite de 20 pessoas para participar num casamento, mas, quando são eventos de um parente de um dirigente público, o número até ultrapassa 50, neste caso tomamos a nossa medida que é de tirar outras pessoas da sala para ficar apenas o estipulado e isso não consideramos como medida eficaz porque depois dali, todos os mais de 50 vão participar a festa que também está cancelada mas que acontece na nossa província,” acrescentou Fárida.
Na ocasião, o Governador questionou que “então somos nós os que violam as medidas e não a população que deveria nos olhar como exemplos?”, e como resposta, a directora voltou continuou afirmando que este é o caso. (Alfredo Célia)