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Curandeiro viola sexualmente menor de 16 anos em Namicopo

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Nampula (IKWELI) – Um indivíduo de pouco mais de 50 anos de idade, que se dedicava a medicina tradicional na zona residencial de Namiepe, no populoso bairro de Namicopo, está a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) indiciado de ter violado, sexualmente, uma menor de 16 anos de idade.

Segundo a polícia, o acto foi consumado no dia 22 do corrente mês de Julho, e que a vítima, residente no bairro de Namutequeliua, é uma cliente do curandeiro que, por razões de saúde procurou, junto com a família, os serviços oferecidos pelo indiciado para apanhar a cura, tendo depois resultado numa violação sexual, volvidos seis dias de tratamento árduo na residência do suposto violador.

“Eu fiquei doente, razão pela qual fui levado ao hospital e das análises feitas não mostravam resultados. Depois disso, a minha família levou-me ao curandeiro que, depois de fazer os seus trabalhos de adivinha, disse que quem teria provocado a doença era uma tia minha, por isso devia seguir com o tratamento tradicional para a doença curar”, disse a vítima, prosseguindo que “depois do primeiro dia, o curandeiro chamou apenas os meus pais e disse-lhes que eu devia fazer o tratamento num intervalo de seis dias seguidos e, porque queria me ver curada, eles aceitaram. Com isso, eu frequentei a casa do curandeiro durante seis dias acompanhado pela minha mãe”.

A vítima revela que foi no sexto dia que o curandeiro a orientou que aparecesse no sétimo dia para o último tratamento sem companhia da sua mãe ou qualquer outro membro, o que foi acordado pelas duas partes. Entretanto, “quando cheguei no curandeiro, no sétimo dia, fiz o tratamento e querendo sair, o senhor chama e orienta para eu voltar às 15 horas do mesmo dia, mas que desta vez eu devia trazer uma lâmina.”

Na referida tarde, segundo a menor, o suposto violador inventou que o tratamento devia ser fora do seu quintal, em local isolado, de forma que ninguém pudesse assistir. No local, para onde o médico tradicional a levou, o indiciado vendou a cara da vítima para lograr os seus intentos.

O mais caricato ainda é que, de acordo com a menor supostamente violada, o curandeiro ameaçou a menor de morte dos seus pais, caso ela denunciasse o caso às autoridades ou mesmo a sua família.

Suposto violador

Por sua vez, a Polícia da República de Moçambique (P.R.M), em Nampula, após tomar conhecimento do caso levou a cabo diligências, onde se apurou que houve penetração no órgão genital da menor e, seguidamente, a neutralização do indiciado na última segunda-feira 26 de Julho corrente na sua residência.

“A polícia tomou conhecimento através de uma denúncia dos familiares desta menor. Depois accionou os mecanismos com vista a localização deste indiciado e a vítima foi socorrida ao posto de saúde de Namiepe onde foi observada e tratada. O indiciado foi encaminhado à 5ª Esquadra, onde foi lavrada a respectiva peça de expediente para que este seja responsabilizado criminalmente”, informou Dércio Samuel, chefe do departamento de Relações Públicas no comando provincial da P.R.M.

Segundo Dércio Samuel, o indiciado tentou, sem sucesso, negociar com a família para que o caso não fosse denunciado, mas “tratando-se de um crime público, não há espaço para negociação, os infractores devem ser denunciados para que sejam punidos exemplarmente”.

Todavia, o curandeiro que teria supostamente violado a menor, recusa todas as acusações que pesam sobre si, embora reconheça ter tratado-a no intervalo de sete dias.

De acordo com ele, isso pode ser uma armação da família da sua cliente como forma de não pagar o devido valor combinado que, apenas, foi entregue a primeira tranche de 1.800,00Mt (mil e oitocentos meticais), faltando a mesma quantia.

“Eu não sei de nada, não reconheço ter dormido com a menor. O que eu fiz foi apenas o tratamento tradicional que me pediram, uma vez que ela encontrava-se doente aparentemente com perturbação mental e eu consigo curar isso”, até porque “eu faço o trabalho dentro do meu quintal e a menina tratei-a na presença dos pais”. (Esmeraldo Boquisse)