Funcionários do HCN detidos por venda ilegal de sangue em Nampula

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O jovem extorquia os pacientes em troca dos beneficios que tem como doador de sangue

Nampula (IKWELI) – Três funcionários, incluindo estagiários, do Hospital Central de Nampula (HCN) foram detidos, pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), indiciados de envolvimento num esquema de venda de sangue, naquele que é o maior estabelecimento hospitalar do norte de Moçambique.

Trata-se de enfermeiros afectos ao Banco de Socorros, enfermaria e um estudante finalista de medicina no Instituto Superior de Ciências de Saúde que envolveram-se, no passado dia 7 do mês em curso, numa “bolada” de sangue para facilitar a cirurgia de um paciente com tumor, na cirurgia II.

A porta-voz da direção provincial do Serviço Nacional de Investigação Criminal em Nampula, Enina Tsinine, falando a jornalistas, disse que a sua instituição já vinha recebendo denuncias, sobre a venda ilegal de sangue em janeiro passado, período em que iniciou com o seguimento de pistas que culminou com a detenção dos funcionários no passado dia 7 do corrente mês.

“A detenção foi em flagrante delito de um funcionário e estudante do HCN na posse de 1500,00Mt (mil e quinhentos meticais), quando pretendia fazer a venda de sangue a um cidadão que tinha seu parente internado na cirurgia, aguardando uma intervenção cirúrgica”, relatou.

O esquema de venda de sangue no Banco de Sangue do Hospital Central de Nampula não funcionava apenas por uma pessoa, mas em rede composta vários funcionários, sendo que o azar piscou por estes três e acabaram caindo nas malhas das autoridades policiais.

Neste momento, de acordo com a porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal em Nampula, já foram abertos os processos criminais, que correm os seus trâmites legais, para a responsabilização dos indivíduos.

Entretanto, A. Vigílio, estudante finalista de medicina no Instituto Superior de Ciências de Saúde, confessou ter participado e liderado o esquema de venda de sangue, mas diz que a sua intenção era de apenas adquirir, uma unidade daquele líquido vital, junto do seu colega, para ajudar a operar um paciente, cujo processo contribuiria bastante no estágio final e pratico do curso.

“Passei a requisição de sangue e entreguei a família para adquirir sangue junto ao banco de sangue [um processo que só acontece mediante adoção por parte da famílias], entretanto a famílias foi fazer a doação de sangue, mas era do grupo sanguíneo diferente que pretendia-se, e eu acabei falando com um colega para facilitar e ele disse que só podia mediante ao pagamento de 1500,00Mt e eu canalizei a família a informação e no momento em que era para receber o dinheiro para dar o colega fui interpelado, razão pela qual estou cá”, disse.

O enfermeiro apontado por Virgílio negou todas as acusações e diz que na altura em que fora tratado a bolada esteve de folga e em sua casa, e apenas terá sido solicitado, uma chamada que não lhe levou a casa, senão as celas do Serviço Nacional de Investigação Criminal de Nampula.

Por seu turno, o director clínico do Hospital Central de Nampula, Anselmo Vilanculos, disse que aquele estabelecimento hospitalar há muito que vinha ouvindo rumores, mas não havia provas para a neutralização e responsabilização dos envolvidos.

“A nível do hospital, nós estamos a espera de mais elementos e logo que tivermos a informação, vamos activar todos os mecanismos previstos nos estatutos gerais dos funcionários e agentes do estado e isso é que vai determinar o que será do futuro profissional deles”, disse, para depois “exortar a todos os profissionais do Hospital Central de Nampula para não poderem se deixar levar em actos que possam criar problemas no futuro das suas famílias”, concluiu. (Sitoi Lutxeque)

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