Maputo (IKWELI) – O partido Nova Democracia (ND) critica ao governo moçambicano por não emitir uma declaração de guerra em Cabo Delgado, mas permitindo a vinda de militares estrangeiros.
Perante isto, o partido liderado por Salomão Muchanga entende que “estamos realmente num regime de força e não de direito”, pelo que “governa-se o país como um deserto desconcertado e toma-se decisões abruptas em função de interesses individuais e da contingência do ambiente do dia e interpretam o estado de direito as avessas ou querem fazer de cabo delgado um protetorado?”.
Um comunicado do ND enviado a partir de Maputo, enaltece a vinda das forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), mas não faz boa apreciação a vinda dos militares ruandeses.
“Apoiamos a intervenção da SADC pelas relações históricas e culturais que nos fazem bloco regional. Mas notadamente este pulo para Ruanda transmite uma mensagem forte de desconcerto de posições e desconforto diplomático com os Estados vizinhos e que Moçambique “abandonou” a região e age no seu descenso arbítrio, ficando margem e vitimizada”, lê-se na mesma nota, que prossegue que “isto lembra que Moçambique deste regime n o consegue dar nem mais um passo no sentido da integração regional e só aparece em questões marginais que n o transformam quanto n o mudam a situação do país na região e vai acumulando conflitos com os vizinhos com que partilha fronteiras e recursos. Nomeadamente, Malawi na navegação do Zambeze e Chire, Zimbábue na definição da fronteira na região de Barué, Tanzânia na exploração o conjunta do gás e crude no Rovuma e África do Sul nas rivalidades económicas e acesso ao mar pelo nosso país”.
Porquê Ruanda? a que preço? quem paga? Isto se parece mais com um shopping militar constituído numa decisão pessoal do PR com recurso a relações inconfessáveis com o ditador do Ruanda. Porquê escolher um país cujo regime cria problemas nos grandes lagos e que persegue opositores e activistas por toda africa? Faz se la fazem aqui?”, questiona a Nova Democracia.
No entender deste partido político, “aceitável a intervenção da SADC, União africana e nações unidas. Mas estranho o envolvimento do Ruanda sem consulta Nacional as forças activas da sociedade nem mesmo ao Conselho de estado e parlamento e sem nenhuma comunicação a Nação”.
“Estamos perante outra agressão a calada da noite e em surdina por outros meios, o que evidencia uma reiterada violação dos comandos normativos da Nação”, concluí a Nova Democracia. (Redação)