Nampula (IKWELI) – O antigo autarca da Ilha de Moçambique, Saíde Amur Gimba, está sendo acusado da prática de actos de corrupção, pelo Gabinete Provincial de Combate a Corrupção (GPCC) de Nampula, cujo tramites do processo correm naquela instituição da justiça.
Segundo sabe o Ikweli, Gimba é acusado de ter liderado um esquema que resultou no desvio de, pelo menos, 3.000.000,00Mt (três milhões de meticais) durante o seu mandato, segundo concluiu uma auditoria do ministério da Economia e Finanças.
Maria Ferrão, directora do GPCC de Nampula, garante que o antigo edil da Ilha de Moçambique já foi constituído arguido no processo, esclarecendo que para além de Saíde Gimba há, também, outros edis que estão sendo indiciados da prática de crimes similares.
“Inicio desses processos são, mesmo, na base de uma auditoria. E na maioria dos casos, a auditoria é recebida no Gabinete de Combate a Corrupção vindo até directamente da Procuradoria-Geral da República, isto é o ministério da Economia e Finanças, feito auditoria, havendo indício de desvios de fundos, remete a PGR está que encaminha a jurisdição onde ocorreram estes factos. Não estamos a espulgar os relatórios, mas estamos a solicitar os visados para justificar”, disse para assegurar que “há processos que já foram constituídos arguidos e correm a sua tramitação”.
Entretanto, o ex-autarca da Ilha de Moçambique, Saíde Amur Gimba, nega o seu envolvimento no alegado desvio de mais de três milhões dos cofres da edilidade, presentemente gerida pela Renamo, e diz que o processo da auditoria decorreu e foi encerrado sem sequer ser ouvido.
Contudo, o ex-governante diz-se tranquilo, por entender que não cometeu nenhum tipo legal de crime, mas, de qualquer das formas, promete colaborar com as autoridades judiciais no esclarecimento de quaisquer dúvidas, relativamente ao caso.
“Nós já fizemos o contraditório e já submetemos (ao GPCC) a dizer que não constitui verdade aquilo que foi arrolado. Foi uma auditoria sem contraditório, mas nós fomos chamados e demos todas as provas”, disse.
Gimba insiste que não desviou sequer um centavo durante a sua gestão e/ou a transição da mesma à nova administração. “Todos os justificativos estão lá no Gabinete Provincial de Combate à Corrupção”, sacudiu.
Aparentemente tranquilo, o nosso entrevistado entende a sua intimação como um processo normal, mas lamenta não ter sido ouvido no decurso da auditoria interna as contas da edilidade que liderou durante dez anos.
“Qualquer um que é dirigente está sujeito a receber uma auditoria e/ou ser auditada as suas contas institucionais, mas tem sempre haver algum contraditório. Mesmo assim estamos preparados para colaborar em tudo que nos for solicitado”, concluiu. (Sitoi Lutxeque)