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Celso Correia avisa que não vai tolerar exportadores mafiosos que enganam famílias e o estado

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Nampula (IKWELI) – O ministro moçambicano da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, disse na manha desta quinta-feira (8) que o estado não vai tolerar e vai punir, exemplarmente, os exportadores que tentarem enganar o estado moçambicano e as famílias produtoras agrárias.

O governante fez estas declarações no distrito de Monapo, no princípio da tarde do mesmo dia, diante produtores e agentes do sector privado empoderados no âmbito do programa SUSTENTA.

Pela manha Correia inaugurou uma fábrica de pré-processamento gergelim em Nacala-Porto, de onde rumou para a localidade de Nacololo, onde, no meio de um campo de cultivo de gergelim, começou por interagir com produtores para colher os seus níveis de satisfação, como também de insatisfação.

Diante disto, o “pai” do SUSTENTA disse que “o que podemos anunciar é que este ano a produção de oleaginosas, estamos a falar de gergelim, algodão, soja, subiu 20%. Este é o cálculo que está em cima da mesa. 20% É um valor significativo”.

Já mais inspirado, Celso Correia anunciou que “agora, temos problemas. Estamos a ajustar o programa para responder as experiências que estamos a colher e as contribuições que vamos colhendo ao longo deste ano. E um dos grandes desafios é ter a certeza que esta produção que sai aqui, pelo porto, sai a preço justo porque aquele que exporta um produto que vale lá fora, no mercado internacional, mil dólares por tonelada, se chegar nas finanças e registar quinhentos dólares significa que dentro de Moçambique está a entrar metade daquilo que devia entrar”, e pergunta: “o resto do dinheiro, da produção, está a ir aonde?”

“Esse é um problema que nós temos que resolver”, garantiu, prosseguindo que “pelos nossos cálculos o gergelim, este ano, irá atingir cerca de cento e cinquenta milhões de dólares de produção nacional. Nós queremos ir ver nas pautas se produzimos cento e cinquenta milhões de dólares tem que entrar, em Moçambique, cento e cinquenta milhões de dólares. E quando começarmos a ter certeza que não há esquemas, cortamos a nossa dependência, ou melhor passamos a ser independentes”, por isso, “é muito importante, também, os nossos exportadores terem consciência. E se há alguma coisa que nos possamos fazer, como governo, para vos ajudar, se existe alguma dificuldade, não precisa fazer corta-mato, porque não nos vamos entender. Estamos a construir um país com regras e com objectivo claro, que é tirar os moçambicanos da pobreza com esta realidade que foi apresentada”.

“Não vamos ser complacentes com situações que subvalorizamos a nossa produção para verem ganhos ou fuga de divisas no país. E todos os anos temos que fazer a gestão da nossa política monetária com dependência porque importamos mais do que exportamos, condicionando a gestão do nosso metical”, anotou a fonte mais importante do MADER, deixando claro que “está aqui a polícia económica, estamos a trabalhar para apertar o cerco. Falsificam, dizem que estão a exportar castanha, feijão bóer… isso é defraudar o estado. É crime, mas mais do que tudo é deixar aquelas famílias que estão ali continuem cada vez mais na pobreza, a condicionar ao estado moçambicano de como agir para resolver a pobreza”.

Diante destas descobertas, o ministro apela a este grupo que “só tem a ganhar se interagirem com o estado e começarem a registar grandes níveis de exportação. É um objectivo, para nós, inverter a balança de pagamentos agrícolas. Essa é uma das metas, o impacto que o SUSTENTA quer”.

“Não vamos permitir que por causa de dois ou três, que estão a fazer milhões que passamos a ser considerados um país de ladrões”, e “um esforço de milhares de produtores ser posto em causa por um porto de Nacala, ou num porto da Beira porque não estamos a fiscalizar o valor da produção que está a sair e se o dinheiro está a entrar no nosso país. Essa transformação tem que acontecer”, garantiu, de novo, Correia.

Celso Correia justifica que “escolhi, exactamente, este momento porque estou a ver Nacala-Porto para deixar essa mensagem. Existe uma acção integrada das nossas Alfândegas, o ministério da Agricultura e outras autoridades para pormos ordem. Portanto, queremos apelar, a nível nacional, a todos exportadores que façam negócio honesto. São moçambicanos, e está em causa a vida de milhares de moçambicanos”. “Estamos com esforços, num momento de muita adversidade, em que ninguém está a espera que as nossas economias cresçam, ninguém está a espera de ver investimentos, o que estamos a fazer, a abrir fábricas, é ver o rendimento da maioria da população que está envolvida nestes programas de produção a ter produção. Estamos a ver os armazéns cheios de comida. Não pode ser uma classe exportadora a pôr em causa a nossa caminhada, os nossos objectivos”, referiu o ministro, concluindo que “é importante que se faça negócio justo para continuar a aumentar o rendimento das famílias, é importante que o exportador assuma esta responsabilidade de serem justos na declaração do valor da exportação e é importante que as divisas entrem em Moçambique. Não são muitos que exportam, nós conhecemos os que exportam. E aqueles todos que estão na cadeia de exportação, por favor, está em causa o rendimento de famílias moçambicanas”. (Aunício da Silva)