Nampula (IKWELI) – O bispo auxiliar da Arquidiocese de Nampula, Dom Ernesto Maguengue defende que os jovens devem ser protagonistas do seu progresso presente e futuro, não devendo engrossarem as fileiras dos que pautam pela desestabilização, facto que mina o desenvolvimento do mundo e de Moçambique, em particular.
O posicionamento do clérigo foi defendido em consideração aos ataques armados e actos terroristas que ocorrem nas zonas centro e norte do país, esta última, a que mais intensa e brutal se revela, tendo ainda causado a deslocação de mais de 70.000 (setenta mil) cidadãos da vizinha província de Cabo Delgado.
Por isso, de acordo com Dom Ernesto Maguengue, a necessidade de o Governo ter um plano de reintegração dos jovens, de forma que os mesmos não se sintam excluídos dos processos de desenvolvimento de tomada de decisão do país.
“Nós tivemos um diálogo com o Presidente da República, onde, depois de uma declaração feita, apresentamos a nossa preocupação com a situação actual da juventude. Sentimos a necessidade da criação de um plano que integra a juventude. Neste diálogo, apresentamos a disponibilidade da igreja junto dos outros actores sociais, tentar dar o seu contributo a partir do seu património cultural e espiritual”, informou o prelado.
Em exclusivo ao Ikweli, este líder religioso não poupa apelo aos jovens que, também, segundo ele, não estão isentos de tomar decisões certas que não atentam para a desestabilização do país, recusando os aliciamentos através de promessas de emprego.
“O jovem, em primeiro lugar, deve tomar consciência de ser um actor da sua própria vida e da sociedade em geral. Ele é actor e não um simples assistente, portanto, o desenvolvimento da nação está confiado ao jovem, daí, o cuidado de ter uma formação rumo ao crescimento integral é da sua inteira responsabilidade”, afirmou Dom Maguengue, para depois acrescentar que “os jovens devem aproveitar o seu tempo comprometendo-se no aproveitamento da sua nação e serem arquitectos do seu projecto de vida”.
Outrossim, para que haja bom discernimento da juventude, o bispo auxiliar de Nampula aponta a família como sendo a base para o crescimento da capacidade de discernimento dos jovens. Para ele, “é ainda obrigação de cada cidadão, dar espaço aos jovens para escolher o bom caminho, contrariamente ao de praticar actos que violam a dignidade humana e ameaçam a integridade social”.
A nossa fonte refere que devem ser bem conjugados os direitos e deveres, de modo que no futuro, não haja uma juventude rebelde. O que acontece, segundo as suas palavras, “saímos de uma crise para a outra, o que afecta as famílias””, por isso, “muitos jovens são filhos de mães solteiras que fazem muito para responder o papel de mãe e pai. A família tem de ser pai e mãe que está para educar os seus filhos e dar o melhor, mas prontos, aqui temos situações em que os homens espalham filhos e não tomam conta deles. Isso tudo contribui para uma desintegração da sociedade, bem como o aumento de dificuldades”, concluiu o bispo auxiliar de Nampula, em entrevista concedida ao Ikweli. (Esmeraldo Boquisse)