IMD quer mais mulheres na indústria extractiva em Moçambique

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Nampula (IKWELI) – O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) defende a necessidade do maior envolvimento da mulher no sector da indústria extractiva no país, uma das áreas de forte influência económica da actualidade, com vista a eliminar o desequilíbrio de género que continua a caracterizar este sector laboral.

“O sector da indústria extractiva, de um modo geral, foi sempre tido como do domínio masculino, alegadamente, por se exigir um esforço físico do qual a mulher é suposta não possuir, aliado às barreiras sócio – culturais e a uma legislação que pouco estimulava a participação da mulher neste sector”, contextualizou Lourena Mazive, gestora de projectos do IMD.

O desejo de ver a mulher na dianteira, no sector mineiro em Moçambique, foi manifestado nesta terça-feira (22), na cidade de Nampula, no decurso de uma formação aos membros das Assembleias Provinciais da zona norte do país, evento promovido por aquela organização não-governamental.

“Os membros das Assembleias Provinciais são actores importantes no quadro da governação local porque, tendo o mandato de representar, fiscalizar e aprovar instrumentos de governação locais, podem exercer uma influência positiva, no sentido de proteger os direitos das raparigas e das mulheres no contexto de exploração dos recursos naturais em geral e na indústria extractiva em particular”, continuou Lourena Mazive.

A fonte recordou ainda que, apesar da desigualdade nas oportunidades, “as mulheres têm suportado a maioria dos custos económicos e sociais da indústria extractiva, tais como as perturbações familiares ou sociais, a degradação ambiental, e os reassentamentos causados pela exploração destes, devido à sua posição subordinada e à sua dependência económica em relação aos homens”, opinando que “com uma gestão inclusiva dos recursos naturais, com uma sensibilidade de igualdade de género, o país pode contribuir para a redução das desigualdades sócio  – económicos entre homens e mulheres levando o país a altos níveis de desenvolvimento sustentável”.

Por outro lado, Mazive reconhece que a falta de educação de qualidade e consequente falta de conhecimento, as barreiras sócio-culturais, contribuem na irreconhecível participação das mulheres no sector da indústria extractiva. Aliás, segundo a fonte, “parte dos desafios, podem ser reduzidos ou eliminados se se investir no desenvolvimento de capacidades”.

No seu discurso de abertura, Mety Gondola, secretário de Estado na Província de Nampula, também, disse ser um momento oportuno para discutir-se matérias ligadas com a equidade de género em todos sectores de actividade, pelo que congratulou a iniciativa levada a cabo por aquela agremiação.

“É uma oportunidade para discutir matéria tão relevante e prioritária para a nossa província, para o nosso crescimento e para as nossas famílias, em particular, tendo em conta o papel que a mulher desempenha neste processo. Não são poucas as vezes que nas nossas discussões fizemos menção o papel da mulher, da importância do papel crucial que a mulher desempenha na protecção e desenvolvimento das nossas famílias. Não são poucas as vezes que nós discutimos a vulnerabilidade à volta da mulher moçambicana e da nossa província, em particular, em razão da restrição das oportunidades em alguns dos sectores e é vivido, também, ao nível do sector da indústria extractiva”, salientou Mety Gondola. (Constantino Henriques)

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