Nampula (IKWELI) – O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, disse na manhã desta segunda-feira (21), que o país perdeu, nas últimas duas décadas, mais de 150 milhões de dólares norte-americanos em consequência das mudanças climáticas.
O estadista que falava na cidade de Nacala-Porto, província de Nampula, procedeu ao lançamento público do Centro de Operações Humanitárias e de Emergência (COHE) da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), onde, também, esteve presente o presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, presidente do órgão da SADC de Defesa e Segurança.
De acordo com Nyusi, devido a estas perdas, o país e a região tem estado a unir esforços no sentido de criar capacidade de resiliência, redução de riscos e prevenção de danos, bem como a resposta à emergências.
Na qualidade de presidente da SADC, Filipe Nyusi disse que a região tem vindo a sofrer os efeitos das mudanças climáticas, tanto que a resposta para estas ocorrências deve ser coordenada e conjunta.
“É nesta cidade de Nacala-Porto, onde o processo de integração regional é vivido e realizado todos os dias no seu porto, aeroporto, linha férrea, estradas e outras várias formas”, justificou Filipe Nyusi a escolha daquela Zona Económica Especial para a instalação da COHE, prosseguindo que “a nossa presidência [da SADC] decorre num contexto de adversidades sem precedentes. Estamos a enfrentar o triplo desafio dos hediondos e cobardes ataques terroristas em algumas partes da província de Cabo Delgado, os devastadores efeitos das mudanças climáticas em forma de ciclones, cheias e secas, e a pandemia da covid-19”.
Por outro lado, o estadista apontou que “o facto de em nada não contribuirmos para a origem de qualquer destas crises, em nada alivia ou minimiza o enorme preço humanitário que os povos da SADC e moçambicano, em particular, tem vindo a pagar”.
Igualmente, Nyusi considerou que a inauguração do COHE “é uma resposta concreta aos desafios decorrentes das mudanças climáticas”.
O COHE é uma iniciativa que visa dotar a região Austral de África de instrumentos e instituições para fazer face aos desafios decorrentes do impacto das mudanças climáticas e outras emergências associadas que requerem uma intervenção rápida, coordenada e atempada em qualquer estado-membro. (Aunício da Silva, em Nacala-Porto)