Mulheres ade Nampula apostadas no desenvolvimento económico

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Nampula (IKWELI) – As mulheres de Nampula, no norte de Moçambique, dizem estarem apostadas em assumir o protagonismo no desenvolvimento da economia da província, em particular, e do país em geral, através de actividades económicas diversificadas.

O desejo das mulheres foi reiterado durante uma feira de exposição de bens e serviços, designada “primeira feira de economia solidária numa abordagem feminista”, havida no último fim-de-semana, na cidade de Nampula, promovida pela OPHENTA (Associação Moçambicana de Mulheres e Apoio a Rapariga).

Para as mulheres de Nampula, a economia da província e do país não pode ser, exclusivamente, alavancada pelos homens, daí que elas devem, também, sentir-se parte essencial através de diversas acções.

Nessa ordem de ideia, Neofaldina Victorino, 24 anos de idade, decidiu abraçar o artesanato para ganhar dinheiro para o seu sustento e da sua família. Especificamente, a mulher em alusão, faz brincos na base de capulana, pérola, chinelos embelezados com missangas, entre outros artigos que chamam atenção aos clientes, sobretudo virados para a moda.

“Ao começar, este trabalho, também, tem a ver com questões financeiras e tem nos ajudado muito, em particular a mim mesma, porque consigo alguma renda extra que me ajuda nas minhas despesas pessoais e não só. São produtos bastante procurados a nível das cidades de Nampula e Nacala-porto”, disse Neofaldina, uma das expositoras do evento.

Por seu turno, Emília Nobre, mulher de 36 anos de idade, ganha o pão de cada dia através de criação e venda de plantas em vaso. Com esta actividade, aquela empreendedora consegue uma venda média mensal de cerca de quinze mil meticais (15,000.00MT), e disse sentir-se orgulhosa com a sua contribuição para a economia nacional.

“Estou a contribuir na economia do país, porque se uma mãe vende flores é com esse dinheiro que vai pagar escola, é com esse dinheiro que vai pagar chapa para as crianças, para o pão, é com esse dinheiro que vai dar as outras famílias também, por isso acredito que de alguma forma eu estou a contribuir sim para a economia”, referiu a fonte.

A jovem Lígia Ermínio Salomão, desde o ano passado, abraçou a produção de artigos de creche, destacadamente botinhas de bebés, chapéus, pulseiras, guardanapo de mesa, roupa de praia, chinelos personalizados, entre outros. A semelhança das outras, a sua arte representa um auto-emprego. Aliás, o desejo actual passa por ter uma boutique e ser mais influentes para o crescimento do seu negócio.

“Gostava de apelar outras mulheres para que se tornassem, também, mulheres empreendedoras e acima de tudo empoderadas porque temos notado que hoje em dia, enfrentamos os desafios e, devemos ser nós mesmas a solucionar esses desafios. Nós temos que ser inspiração para as outras mulheres, devemos ser o espelho que a sociedade precisa”, precisou Lígia Ermínio Salomão.

Para Albertina Ussene, directora provincial de Género, Criança e Acção Social de Nampula, o governo vai continuar a apostar na área de empoderamento da mulher, através de várias acções de capacitação e apoio em instrumentos de iniciação das actividades económicas. “Nós sabemos que a mulher tem um poder muito forte de sensibilidade, tem um poder enorme de protecção. As mulheres estão em todas as vertentes, portanto, nós estamos neste evento para falar do empoderamento da mulher, é desta forma que nós podemos abrir espaço para a mulher expor as suas potencialidades, os seus trabalhos para que sejam partilhados e usados para os demais de modo que ela consiga algum rendimento para o sustento das suas famílias”, disse a governante aos jornalistas, momentos após proferir o discurso de abertura daquele evento de natureza económica.

De acordo com Marlene Julane, da OPHENTA, “com esta iniciativa a Ophenta, assim como outros parceiros e todas organizações da sociedade civil, pretende dar visibilidade o trabalho produtivo das mulheres e o contributo destas mulheres no desenvolvimento da economia local, nacional e, também, valorizar o trabalho ao nível do mundo. Pretendemos, também, dar as experiências das mulheres e das raparigas no sentido de que estas também são parte integrante no processo de desenvolvimento de um país”.

“Sentimos que ainda há um desafio muito grande de incluir que a mulher possa participar de forma efectiva no desenvolvimento da economia, no entanto estamos a dar passos significativos com projectos que impulsionam o empoderamento económico das mulheres, estamos por exemplo a falar do projecto de agricultura, o fundo de desenvolvimento, o próprio programa SUSTENTA e outras iniciativas que vão surgindo de forma e informal, mas de certa forma contribui significativamente para a economia. Queremos através desta feira, ampliar as redes de contacto, porque naturalmente o trabalho produtivo da mulher tem impacto significativo na economia do país”, apontou a nossa fonte, explicando que fizeram parte da feira 36 expositoras, provenientes dos distritos da província de Nampula, e contou com mais de 200 participantes. (Constantino Henriques)

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