Nampula (IKWELI) – Um indivíduo, com pouco mais de 40 anos, de idade é indiciado de ter violado sexualmente a sua enteada de, apenas, 10 anos de idade na zona residencial de Saua-Saua, no mais populoso bairro do país, Namicopo.
A menor diz estar a sofrer ameaças de morte, de forma a servir os apetites sexuais doentes do seu padrasto, mas mesmo assim decidiu por denunciar.
O acto, segundo informações colhidas pelo Ikweli, ocorreu recentemente no regulado de Namicheca, onde na ausência da esposa, o indiciado aproveita-se para violar a menor.
Nyelete Maxmiliano (nome fictício), vítima do acto macabro, conta que o seu padrasto a violou sexualmente por quatro vezes, ou seja, quatro dias, ameaçando-a para não contar a ninguém, sob risco de ambos serem levados a cadeia. Ademais, o suposto violador informou a vítima que o acto sexual seria frequente nos próximos tempos, mesmo que a menor tivesse o seu lar depois de atingir a maioridade.
“Isso começou a acontecer lá em casa onde vivemos. Ele iniciou-me na machamba, nesse dia estávamos só nós os dois, porque era hábito irmos a machamba juntos. Ele ordenou para me deitar no chão e começou a fazer sexo comigo. Segunda vez foi em casa, o meu padrasto saia do quarto e vinha até a sala, tudo quando a mãe dormia”, conta a menor, para quem “outro dia apareceu e começou a me arrancar a capulana na qual eu me cobria e eu mostrei resistência, só que sempre ao acordar deparava-me com a minha roupa molhada pelo sémen e dores no meu órgão genital”.
Para se descobrir o acto, segundo contou a menor, foi porque o tio estranhou a forma como a menor se apresentava e por isso decidiu perguntar.
A menor diz que, sempre, contou a mãe que mantinha relações sexuais com o padrasto, mas contra a sua vontade e ela nada fez para reverter o cenário, apenas segredou pelos cantos.
A pequena Nyelete, que frequenta a 3ª classe naquela circunscrição, revela que o seu desejo é ver o violador responsabilizado pelo acto cometido porque sempre a forçou. Quem apenas se pronunciou em torno do caso é o tio que depois de descobrir, preferiu transferir a menor de Saua-Saua para Namiepe, posto administrativo de Namicopo, cidade de Nampula.
“Pode ser detido eu não tenho nada a ver. Ele quis se aproveitar de mim e ainda mais foi contra a minha vontade. Eu nunca gostei do que estava a acontecer, porque se gostasse nem contaria ao meu tio quando ele me perguntou, poderia ficar calada ou mesmo recusar”, disse a vítima.
A nossa reportagem entrevistou o senhor E. Salimo, primo da vítima que disse ter denunciado o caso à uma associação que trata da violência sexual de menores, na altura em que ele tomou conhecimento do mesmo. Por sua vez, este organismo encaminhou o caso à uma subunidade policial localizada no posto administrativo de Namicopo.
Sem gravar a entrevista, a mãe da menor contou ao nosso repórter que quando se apercebeu do incidente tratou de questionar o seu marido se era verdade o que estava a ser acusado. Porém, este recusou-se a assumir o acto.
Soubemos ainda que o tio materno da menor aconselhou aos envolvidos a enveredarem por um tratamento costumeiro do caso.
Neste momento, o caso está tendo seguimento a partir da 5ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), localizado em Namiepe, de onde os resultados médico solicitados para o início do processo indicaram que houve penetração no órgão genital da vítima. (Esmeraldo Boquisse)