Nampula (IKWELI) – O antigo deputado da Assembleia da República, pela bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Rachade Carvalho, definitivamente abandonou o partido e é, actualmente, o novo rosto do recém-criado Nova Democracia (ND), na província de Nampula.
Rachade Carvalho abandonou, informalmente, ao MDM em 2018 como resultando de o mau estar no seio do partido do galo, mas oficialmente “bateu a porta a parede” no ano passado para responder a uma pressão “amorosa-política” que vinha tendo com a Nova Democracia liderada por Salomão Muchanga, “diplomata” e antigo líder do Parlamento Juvenil.
Recorde-se que foi com a liderança de Rachade de Carvalho que o malogrado Mahamudo Amurane foi eleito a presidente do maior centro urbano do norte de Moçambique, pelo MDM, em 2013.
Na sua primeira entrevista e aparição pública a respeito do seu desligamento do MDM e filiação ao ND, Rachade Carvalho justifica-se de não haver seriedade e por se estar a aproximar a extinção do Movimento Democrático de Moçambique.
“Não temos, neste momento, uma oposição forte, uma vez que todas aquelas que nós esperávamos já murcharam. Portanto, estamos numa situação em que quando tu segues uma estrada, mas sentes que ela está a terminar, mas o teu objectivo ainda não foi alcançado, então tens de mudar de rumo para encontrar outra estrada que te possa levar ao destino”, explicou.
Rachade Carvalho que, também, já foi delegado político do MDM na mais populosa província do país, referiu que quer, com a sua nova aposta partidária, contribuir na mudança de Moçambique, e de Nampula em particular.
“O nosso lema é tempo de vencer, e este lema aparece numa altura em que estamos a preparar o primeiro congresso do partido e por sinal o partido escolheu Nampula para a realização do congresso. Portanto, estamos a trabalhar na mobilização de membros e recursos, claro que o trabalho reduziu a intensidade por causa do mês do jejum, porque não está a ser fácil correr”, disse, para avisar que findo período do jejum a cidade, a província e o país todo sentirá o calor e verdadeira presença da Nova Democracia.
Carvalho, apesar de ser uma das figuras mais visíveis e destacadas, disse que não é, até ao momento, delegado político daquela formação, mas não descarta a possibilidade de assumir a posição.
“Eu não sou delegado, mas sim fui encarregue a organizar o processo todo a nível da província de Nampula. É importante salientar que ainda não temos delegado na província, mas o líder estava quase a indicar um delegado e eu aconselhei que espera-se, sob o risco de se indicar um mas, ainda cedo, e descobrir em curto espaço de tem outro melhor. Por enquanto, estou mais concentrado na mobilização”.
“Não estamos a entrar para brincadeira, vamos conquistar a victória”
Foi com Rachade que, pela primeira vez, o MDM elegeu três deputados para a Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Nampula.
Agora avisa que com o novo projecto político que assume, não haverá tempo para brincadeira, pois a intenção é de resgatar os municípios da província de Nampula, cuja gestão é partilhada pela RENAMO e FRELIMO, e colocar o seu líder Salomão Muchanga na substituição de Filipe Nyusi, na Presidência da República.
“Não estamos a entrar para brincadeiras, estamos a entrar para limpar o país. Todos os partidos, como sabe, cobiçam Nampula e nós estamos a dizer que não, o melhor partido para Nampula é a Nova Democracia”, disse.
Rachade Carvalho disse que o seu partido ficará mais reforçado com a realização do primeiro congresso que terá lugar no próximo ano na chamada capital do norte.
O novo reforço da Nova Democracia assegurou que arrasta consigo um número considerável de membros e seus admiradores, no Movimento Democrático de Moçambique, e garante apresentá-los publicamente numa conferência de imprensa a ter lugar brevemente. (Sitoi Lutxeque)