Malema (IKWELI) – O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, disse esta sexta-feira (16) que a informação sobre o alegado ataque terrorista perpetrado pelos insurgentes na última quinta-feira (15) no distrito de Mueda, província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, foi um boato e, por via disso, apela calma e maior vigilância a todos os moçambicanos.
Na noite da ultima quinta-feira (15) Moçambique voltou a viver momento de pânico com as notícias postas a circular nas redes sociais por desconhecidos, que davam conta de que o planalto de Mueda, em Cabo Delgado, tinha sido alvo dos ataques terrorista, um fenómeno que continua a ganhar terreno em alguns distritos daquela província nortenha.
“Tenho em memória ainda nessa noite (quinta-feira 15 de Abril), andamos a trocar pensamento em como gerir um boato (porque), alguém lançou um boato e achou graça e pôs toda a gente em pânico em alguns distritos. Mães tinham que levantar e carregar bagagem e irem no mato por causa de uma brincadeira de uma só pessoa”, referiu Filipe Nyusi, reiterando e enaltecendo os trabalhos desencadeados pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique, no sentido de repor a tranquilidade pública naquele ponto do país.
Segundo o PR, “haverá ataques, o terrorismo é assim, as pessoas que pensam que isso acaba num dia é enganar-nos. O importante é que nós temos que ter alguma coisa a fazer. As pessoas foram dormir no mato, não sei se estão a conseguir regressar e, como não havia comunicação por causa de uma brincadeira”.
Numa outra versão, Filipe Nyusi, que também é presidente da Comunidade dos países da África Austral (SADC), disse que o fenómeno de terrorismo que se assiste na província de Cabo Delgado desde finais de 2017, também, começa a impactar negativamente, quase toda a região.
“Nós não podemos brincar com vidas humanas, com pessoas, eu não tenho palavras para escrever a resposta colectiva que o povo moçambicano está a dar a esse fenómeno de terror que afecta não só a região e o mundo inteiro. A região já está a sentir, nós somos um conjunto, e quando uma parcela não funciona bem o impacto é, já há pessoa que estão a pensar duas vezes, já há medidas apertadas para Malawi, por exemplo para as pessoas entrarem para Moçambique, Tanzânia, África do Sul e, isso por si está retrair o desenvolvimento, indirectamente. Ainda é cedo, não chegou a fase directa para esses países”, precisou.
Filipe Nyusi que falava num campo de produção na localidade de Nataleia, posto administrativo de Malema Sede, renovou o seu apelo aos moçambicanos no sentido de serem solidários para com as pessoas vítimas do terrorismo de Cabo Delgado que se viram obrigadas a abandonar as suas terras de origem na procura de abrigo. O outro apelo do PR é que os moçambicanos se identifiquem e se orgulhem com a sua própria pátria.
“Cada moçambicano deve orgulhar-se pela sua pátria e deve, com honestidade, contribuir para a sua construção, respeitando sempre. Cada um contribua da sua maneira, não pensemos que a minha maneira de contribuir é a melhor de todas, não, se calhar aquela maneira do outro está a contribuir para poder alavancar todo o país e isso tem que ser respeitado e, tenho dito isso sempre. Ninguém pode nos parar nesta marcha rumo a vitória porque sem pátria não se pode falar de democracia, não se pode falar de justiça social e nem se pode falar de desenvolvimento”, sublinhou.
“Os nossos amigos vão nos ajudar e continuarão nos ajudar, mas em cada moçambicano deve circular aquele sangue com ADN Moçambique, para nos respeitarem, para acrescentar valor daquilo que somos”, exortou o dirigente acrescentando que “hoje gostam de nós, falam connosco, mas eles não podem chegar numa fase em que se acham que somos tão debilitados, mendigos e que precisamos deles. Precisamos deles todos, mas não no sentido de ditarem aquilo que têm que fazer, e os bons amigos nem sequer fazem isso, senão não nos davam ajuda que temos tido com tantos ciclones, com tantas doenças temos tido, com tantas águas nos projectos de água e energia que são financiados por esses amigos e, algumas vezes por doações”, precisou o estadista moçambicano. (Constantino Henriques)