Um 7 de Abril para chorar pelas vítimas dos ataques em Cabo Delgado

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Nampula (IKWELI) – Pelo segundo ano consecutivo, as celebrações do 7 de Abril, dia da mulher moçambicana, decorreram sob fortes medidas de prevenção da covid-19, e em Nampula, na praça dos heróis, as mulheres aproveitaram a ocasião para reflectir sobre vários fenómenos.

De entre os fenómenos que chamaram atenção, as nossas entrevistadas, está o conflito armado de Cabo Delgado, cujo grosso número de deslocados são mulheres e crianças, bem como o elevado custo de vida que está fustigando mulheres vulneráveis e carenciadas.

Algumas das senhoras que foram ao habitual local de reconhecimento dos heróis nacionais se queixam da falta de alternativas para a sobrevivência nas suas famílias, e aqui se destacam as comerciantes de mussiro, uma pasta natural que serve para tratar a pele.

Mety Gondola, Secretário de Estado da província de Nampula, foi a figura de cartaz nestas celebrações, e na sua intervenção pediu para o momento servisse para reflectir em torno do sofrimento por que passam mulheres dos distritos de Cabo Delgado assolados pelo conflito armado que dura desde Outubro de 2017.

“Hoje celebramos o 7 de Abril num contexto diferente, celebramos o dia marcado com algumas situações que preocupam a todos nós, como cidadão estamos conscientes de que temos muitas mulheres que, infelizmente, tem os seus corações apertados para aquilo que está a acontecer na vizinha província de Cabo Delegado. O dia, que deveria ser de festa e celebrar em todos os sentidos, é um dia que serve para prestar reconhecimento para a luta das mulheres que tem feito tudo para preservação das suas famílias e resistir aos actos terroristas em Cabo Delegado, particularmente os distritos que estão sendo afectados”, disse Gondola, apelando que as homenagens se estendam para as heroínas incorporadas nas Forcas Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e em missões nas províncias de Cabo Delgado, Sofala e Manica.

Por seu turno, Hermenegilda Jorge, da direcção provincial do Género, Criança e Acção Social, disse que a instituição onde trabalho tem se empenhado em prover assistência a estas mulheres deslocadas em consequência dos ataques armados, por forma a reintegrá-las na sociedade.

“Como instituição, temos tido aquilo que é o apoio psicossocial a essas vítimas e houve uma necessidade, como sector, em deslocarmos lá para garantir que essas mulheres estão sendo bem recebidas na sociedade preservando os seus direitos e sem esquecer, também, dos seus deveres”, disse a nossa fonte, prosseguindo que “devemos continuar vigilantes, porque ainda há uma necessidade de prevenir e combater com a violência baseada no género, porque às leis são claras”. (Elisabeth José)

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