Maus gestores escolares preocupam Manuel Rodrigues

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  • A Escola Secundária de Nampula, a maior do norte do país, é exemplo disso.

Nampula (IKWELI) – Pelo menos 1200 (mil e duzentos) estabelecimentos de ensino público na província de Nampula, no norte do país, ainda não arrancam com o ano lectivo 2021 por não reunirem condições sanitárias para o efeito.

Esta situação leva ao governador Manuel Rodrigues a pensar na existência de maus gestores escolar, porque no seu entender não faz sentido que tal aconteça.

De acordo com Manuel Rodrigues, governador da província de Nampula a apreciação que se faz depois da abertura do ano lectivo é positiva, relactivamente ao funcionamento das escolas, uma vez que acima de 2.500 (duas mil e quinhentas) escolas estão a funcionar. Porém, 1.200 escolas precisam de continuar a aprimorar as condições de água, reabilitação das infra-estruturas sanitárias, isto é, as casas de banho para garantir que elas sejam locais seguros para os alunos.

Na última sexta-feira (26), o primeiro governador eleito em Nampula procedeu a entrega de um milhão de máscaras descartáveis de protecção facial ao sector da Educação e Desenvolvimento Humano da província, e foi nessa ocasião que manifestou tal conclusão.

No acto da entrega, estiveram presentes directores de Serviços distritais da Educação, Juventude e Tecnologia de a província, por isso Rodrigues apontou que “procedemos a entrega destas máscaras faciais para que sejam usadas pela comunidade escolar, referimo-nos das crianças. Estes meios de prevenção da covid-19 que entregamos vão contribuir para a redução do risco de contaminação das crianças na província. Agregam-se, a estas medidas, os aspectos sanitários, sobretudo, a higienização de uma forma geral no recinto escolar. E aqui gostaria de chamar atenção a todos os gestores das escolas para que garantam a limpeza e higiene dos sanitários públicos”.

Num outro desenvolvimento, a fonte foi mais durante, referindo que “não gostaríamos de constatar situações que temos vindo a verificar de forma recorrente, onde sanitários públicos já reabilitados passam uma semana em desuso porque os gestores das escolas não respondem de forma cabal as suas responsabilidades, mantêm sem monitorar a limpeza dos sanitários públicos e eles entram em desuso”.

“Temos casos evidentes aqui na nossa província de Nampula ainda mais, em escolas de referência, como é o caso da escola Secundária de Nampula que estamos muito tristes: sanitários montados, já não têm torneiras nos seus locais, não tem água e não se faz nenhum controle e essa é a responsabilidade dos gestores das escolas”, comentou, agastado, Manuel Rodrigues, prosseguindo que “os gestores das escolas não devem ser a razão do insucesso do processo de ensino e aprendizagem das nossas crianças, o gestor deve ser o espelho da formação do homem. O gestor deve ser o exemplo para que a escola sirva como aquele centro de formação das nossas crianças, crianças que irão garantir o futuro deste belo país”, por isso “queremos que todos os gestores, directores dos serviços distritais da Educação, Juventude e Tecnologia e a direcção da comunidade escolar assumam as suas responsabilidades, sejam os mentores, comandantes da primeira linha de criação de um ambiente são e que não sejam os obstrutores, os sabotadores do nosso sistema de ensino e aprendizagem”.

Num outro desenvolvimento, Manuel Rodrigues se queixou da indisponibilidade de recursos financeiros para fazer face a construção e/ou reabilitação de sanitários na província, bem como a demora na execução de obras por parte de alguns empreiteiros.

“Vamos continuar a monitorar, nós queremos é que todas as escolas tenham condições de higienização, abastecimento de água para que haja garantia de que as nossas escolas não sejam focos de transmissão da covid-19. Igualmente, temos a medição da temperatura que é obrigatória em todos os locais de acesso às nossas escolas, dai que é preciso, ainda, garantirmos em todas as escolas o distanciamento físico das nossas crianças para irmos reduzindo cada vez mais a probabilidade das nossas crianças contraírem a covid-19”, garantiu o governante.

Voltando as máscaras de protecção facial, o governador apelou transparência na sua distribuição, no sentido de garantir que cheguem ao verdadeiro beneficiário.

“Em torno do uso das máscaras que fizemos a entrega, não gostaríamos de ouvir que elas pararam em mãos alheias, exigimos a transparência na sua distribuição. Não vendam estas máscaras, não ponham estas máscaras nas farmácias privadas ou não privem para que não cheguem aos nossos alunos. Não gostaríamos nós de ter aqui na nossa província de Nampula situações de sermos forçados a tomar medidas administrativas e criminais aos gestores por negligência. A covid-19 trouxe uma nova maneira de ser e estar, por isso temos de aproveitar de forma integral o tempo que dispomos para de forma muito mais concreta garantirmos que as aulas decorram sem sobressalto na província”, apelou Rodrigues.

Manuel Rodrigues conclui que os professores devem ser actores chaves na sensibilização da comunidade escolar para a prevenção e mitigação da covid-19. “O director da escola não é para ficar no gabinete e receber relatórios, o director distrital é para conhecer e fazer-se presente em todas as escolas do seu distrito, há directores que nem conhecem todas as escolas e o que se vive nelas, dai que queremos reiterar que cada director dos serviços distritais deve-se fazer em todas as escolas do seu distrito”, finalizou. (Esmeraldo Boquisse)

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