Nampula (IKWELI) – Os vendedores do mercado do Peixe, na cidade de Nampula, ameaçam retomar ao espaço mesmo com as obras de reabilitação ainda em curso, alegadamente porque a edilidade não está a cumprir com os prazos.
Localizado no bairro dos Belenenses, concretamente atrás da Feira Dominical, o mercado do peixe é o maior da região que se ocupa da venda de produtos do mar.
Na sexta-feira (12), Paulo Vahanle, autarca de Nampula, inaugurou a rua 2289, que liga as avenidas Eduardo Mondlane e FPLM, passando pelo mercado do Peixe. As obras desta rua iniciaram tempo depois das do mercado em referência, por isso os vendedores estão indignados com o governo municipal.
“Nós estamos cansados de esperar, as primeiras obras foram no mercado muito, antes da estrada, e como é que o presidente inaugura a estrada e deixa o nosso mercado? Ou ele vendeu como faz com outros mercados?”, disse um vendedor que não quis se identificar.
Um outro vendedor que, também, preferiu o anonimato, garantiu que “já que ele não quer nos deixar vendermos no nosso mercado, nós vamos voltar a vender aqui sem o consentimento dele, porque já estamos cansados de esperar. Ele nos tirou dizendo que queria reabilitar, reabilitou algumas partes e abandonou, hoje vem inaugurar a estrada que se começou depois do mercado? Vamos voltar a exercer a nossa atividade, aconteça o que acontecer”.
Durante a inauguração da via que, supostamente, criou o desconforto dos vendedores, Paulo Vahanle garantiu não ter abandonado as obras daquele estabelecimento comercial, mas que o sector estava a estudar estratégias de como remodelar o mesmo de modo que este seja um lugar condigno para a actividade.
“Não abandonamos as obras do mercado, estamos a estudar formas para vos surpreender, porque este mercado deve ser merecedor quando se diz que é de peixe, por isso ainda estamos procurando formas de como serão as bancas onde será vendido peixe seco e fresco consoante as necessidades”, garantiu Vahanle.
Sobre a construção daquela via, ora inaugurada, que tem a extensão de 1200 metros, a mesma esteve a cargo do Conselho Municipal, com um orçamento de cerca de 9,000,000.00Mt (milhões de meticais), dividido em 7,000,000.00Mt (sete milhões) para a aquisição do material e os restantes 2,000,000.00Mt (dois milhões), para gastos diversos e, segundo o autarca, este é o resultado daquilo que foi o manifesto eleitoral aquando da sua candidatura para a presidência da maior cidade da zona norte do país.
Por sua vez, alguns moradores e circulantes daquela via, mostraram a sua satisfação tendo dito que a partir daquele momento, o sofrimento que de antes se vivia, já passou para a história.
“Antigamente era muito difícil passar nessa via, principalmente na época chuvosa porque aqui ficava totalmente sujo, havia água por toda a parte e a situação era péssima, mas com a pavimentação, já estamos a respirar de alívio porque podemos circular à vontade sem nenhum problema”, disse Amisse Manuel. (Alfredo Célia)