Nampula (IKWELI) – O autarca da cidade de Nampula, maior centro urbano do norte de Moçambique, Paulo Vahanle, vai, a partir de hoje (1 de Fevereiro), retomar a operação da retirada compulsiva dos vendedores informais que desenvolvem as suas actividades nas ruas e passeios do município.
Depois de uma aparente retirada no último trimestre do ano passado, 2020, os vendedores informais voltaram as ruas e passeios, obstruindo a mobilidade de pessoas e bens.
“Isso não constitui a verdade de que foi o presidente a autorizar para o regresso de vendedores às ruas”, recusou Paulo Vahanle, argumentando que o que teria feito foi de ordenar o comando da polícia camarária para o relaxamento de algumas medidas, uma vez que, nos dias que passaram a polícia municipal era acusada de exagerar na sua actuação contra os vendedores de rua que, muitas das vezes, era caracterizada pela agressão aos infractores.
“Neste momento, estamos na fase de aconselhamento, aqueles que têm a rádio, televisão, até lê jornais, mesmo em locais públicos, nós produzimos alguma informação para que os munícipes praticantes dessas actividades abandonem, mas a partir de 1 de Fevereiro, já a medida será outra, vamos começar a fazer algo no sentido de inverter a situação”, garantiu o autarca de Nampula, Paulo Vahanle.
Vahanle teceu esses pronunciamentos na última sexta-feira (29 de Janeiro), durante um encontro que envolveu o seu elenco, a sociedade civil, jornalistas e os próprios vendedores de rua, onde disse “que era para em conjunto discutirmos e termos um ponto de saída sobre os vendedores de rua que, realmente, nas últimas semanas invadiram a nossa cidade de Nampula e isso fazia entender que era o presidente do Conselho Municipal de Nampula que havia autorizado o que não constitui a verdade”.
Do referido encontro “chegou-se à conclusão de que pode existir sim um vendedor ambulante e não um vendedor fixo, aquele que ocupa uma porção na via pública impedindo a circulação dos munícipes”, acrescentou Paulo Vahanle, para quem “ foram traçados, também, determinados artigos, mais ao menos aqueles industrializados que devem constar na pasta do vendedor, ele não deve expor no passeio, ele não pode tirar todo produto, ele pode contactar o cliente e fazer propaganda sobre esse ou aquele artigo”, com isso, prosseguiu Vahanle, “não vamos permitir a entrada de vendedores de mangas, laranjas, mandiocas, feijão, maçaroca, tomate, amendoim e outros produtos porque esses produtos, também, aceleram a sujidade da cidade”.
O presidente da autarquia de Nampula disse não fazer sentido a prevalência de comerciantes informais ao longo das avenidas da urbe, porque, segundo sustentou, existem mercados ao nível da autarquia que não estão a ser explorados. “Nós temos os mercados e, às vezes, são os próprios munícipes que alimentam a esses porque saem das suas residências para irem comprar os produtos na rua e não indo ao mercado”, precisou o autarca. (Constantino Henriques)