Nampula (IKWELI) – A subida do preço de batata reno no mercado grossista do Waresta, na cidade de Nampula, fez com que maior parte de compradores não consiga adquirir o produto, o que está a originar na sua deterioração pelo prolongado tempo que o produto está no armazém.
Segundo constatamos no terreno, actualmente, o quilograma da batata reno custa entre 50,00Mt (cinquenta meticais) a 60,00mt (sessenta meticais), contra os 25,00Mt (vinte e cinco meticais) que eram praticados até ao mês de Novembro do ano passado de 2020, antes da quadra festiva.
Mesmo durante a quadra festiva, os clientes pouco adquiriram o produto devido a esta galopante subida do preço, o que veio a agudizar-se neste mês de Janeiro com o fim das festivas.
Os vendedores estimam que, nem se quer, chegaram a comercializar cinquenta por cento do que tinham adquirido neste período, e neste momento somam prejuízos avultados com a deterioração da batata reno.
Raiton Armando, um dos comerciantes afectados pela podridão, conta que por cada carga onde gasta 1,000,000,00Mt (um milhão de meticais), a perda por apodrecimento estima-se entre 300,000.00Mt (trezentos mil meticais) a 500,000.00Mt (quinhentos mil meticais), porque “o preço de levantamento está a 50,00Mt (cinquenta meticais) por quilograma, e suponhamos que apodrecem vinte ou cinquenta sacos sendo que em cada, o valor total é de 14,000.00Mt (catorze mil meticais) a 15,000.00Mt (quinze mil meticais) e se multiplicarmos por 50 sacos, o preço a perder é muito elevado”.
Por outro lado, a mesma fonte avança que a chuva que molha o produto, antes do carregamento, precipita na sua deterioração.
“Por falta de dinheiro, a maior parte de pessoas não consegue comprar a batata ao preço de cinquenta meticais por quilograma, e por ficar muito tempo no armazém, o produto começa a apodrecer”, disse o vendedor, para depois acrescentar que “não podemos baixar o preço enquanto lá na fonte compramos por um preço elevado, porque fazendo as contas, para chegar até aqui, gastamos cerca de 50,00Mt (cinquenta meticais) por quilo e se baixarmos para, por exemplo, 45,00Mt (quarenta e cinco), vamos ficar prejudicados”.
Um outro vendedor que se identificou apenas por Januário, caracteriza o mês de Janeiro como sendo no que estes operadores passam mal, por causa do apodrecimento das suas mercadorias por causa do calor associado pelo maior tempo armazenado por falta de clientes causado pelos preços que são exorbitantes.
“O preço contribui, porque se nos formos a ver, desde o ano passado, por causa do coronavírus, não há dinheiro, e principalmente desde Dezembro que os preços subiram mais, as pessoas não tem como comprar. Se lá onde compramos estivesse barato, aqui poderíamos aplicar um preço razoável como noutros tempos, mas não podemos fazer isso enquanto compramos muito caro, precisamos de sustentar as nossas crianças”, sustentou Januário. (Alfredo Célia)