Nampula (IKWELI) – Os vendedores informais residentes no bairro de Mutauanha paralisaram na manhã desta terça-feira (29) a estrada nacional número um (EN1) que coincide com a Avenida de Trabalho na cidade de Nampula, concretamente na zona vulgarmente conhecida por Mwako Wanvela, em protesto às ordens do presidente do Conselho Autárquico de Nampula que determinam abandono da prática do comércio em locais impróprios.
A manifestação consistiu na queima de pneus de carros no meio da estrada, assim como o acúmulo de pedras, objectos que não permitiam a circulação com segurança de qualquer tipo de veículo. Aliás, para além destas acções, os grevistas atiravam objectos contundentes a qualquer viatura que tentasse circular nas imediações do Mwako Wanvela, e por conta disso vidros de alguns veículos automóveis foram quebrados.
Segundo apuramos, o presidente do município de Nampula, Paulo Vahanle ordenou, há algum tempo, a retirada de todos munícipes que exerciam as suas actividades comerciais no mais famoso mercado do Mwako Wanvela, localizado junto da EN1, como forma de garantir a observância da postura camarária, bem como salvaguardar a integridade física dos próprios utentes. Como medida adicional, os comerciantes foram reorientados a um mercado localizado na zona de Muthita, mas estes mostraram-se contra por, alegadamente, o local em referência não apresentar condições apropriadas para a prática comercial.
Apercebendo-se da acção de rebelião dos munícipes, foi mobilizada uma forte força policial mista, constituída pela polícia camarária e pela Polícia da República de Moçambique (PRM) para retardar os ânimos dos manifestantes.
De acordo com dados que colhemos no terreno, a presença policial resultou na neutralização de seis indivíduos suspeitos de participarem da manifestação.
A. Sintura, um dos recolhidos, nega o seu envolvimento na desordem. “Eu estava a vir de casa indo ao hospital, porque tenho meu pai está doente, então antes de apanhar chapa apareceu a polícia e levou-me por isso estou aqui, na verdade não sei o que está acontecendo”, referiu.
“A polícia encontrou-me lá no fundo a correr, porque muitas pessoas, também, estavam a correr. Sou novo da cidade, venho de Tukua para passar este tempo de festas, talvez por azar encontro-me nesta situação”, disse um outro indiciado. (Constantino Henriques)