Nampula (IKWELI) – Pedro Guilherme Kuylumba, político e historiador, acaba de cessar funções como director do Museu Nacional de Etnologia, localizado na cidade de Nampula, no norte do país, depois de um reinado que durou 20 anos, duas décadas, sem muitos desenvolvimentos.
Para além de gerir aquela instituição adstrita ao ministério da Cultura e Turismo, Kuylumba é, também, o chefe da bancada do partido Frelimo na Assembleia Autárquico da cidade de Nampula há mais de dois mandatos, e temido por ser o homem influentes nas hostes dos camaradas. Também, da sua lavra nasceram muitos manifestos eleitorais no comité da Frelimo da cidade de Nampula.
Para o lugar do cessante, foi indicado o curador Adriano Teplo, por decisão da Inspecção Geral do ministério da Cultura e Turismo.
A tomada de posse de Adriano Teplo teve lugar na última terça-feira (1) e foi dirigida por Goncalves Guambe, Inspector Geral do ministério da Cultura e Turismo.
“É por conveniência do serviço que o antigo director cessa as funções, por isso precisamos dele para imprimir novas dinâmicas noutras áreas da administração pública em Moçambique e rendemos homenagem ao cessante”, disse Gonçalves Guambe, apelando ao novo timoneiro a gerir de melhor forma os recursos que o museu dispõe, sobretudo, os recursos humanos que devem ser tratados de forma humana.
Em relação a relações entre colegas, aquele dirigente referiu que “não somos obrigados a sermos amigos, mas sim a termos relações profissionais saudáveis, isto para o bem comum. É preciso ainda que façamos esforço para cumprir tudo quanto está plasmado nas políticas públicas sectoriais para cumprir a nossa missão, visão e os nossos valores”.
Os fracassos do Kuylumba
“Tenho dito, reiteradamente, que as instituições permanecem e as pessoas passam, daí que não é menos certo que é chegado o momento de passar a estafeta aos outros para talvez darem o melhor de si na gestão desse templo da cultura”, disse Kuylumba, no seu adeus aos funcionários do museu, reconhecendo que, como dirigente, teve os seus fracassos.
Todavia, “tem sido apanágio que quando as pessoas cessam afirmam que saem de cabeça erguida, missão plenamente cumprida, mas não há-de ser esse o meu caso, porque tenho a mágoa de não ter realizado um dos meus sonhos enquanto exercia as funções do director do Museu Nacional de Etnologia, refiro-me do projecto Aldeia Moçambique, que não consegui realizar por falta de meios, mas seria por assim dizer, um projecto âncora para a sustentabilidade da instituição. Não houve, de certa medida, a sensibilidade por parte daqueles que têm o poder para levarmos de vencido este projecto”.
Igualmente, o director cessante fez menção ao projecto da criação de um jornal institucional Muset Informe, onde foram publicadas algumas edições, mas que também redundou ao fracasso alegadamente porque faltaram meios.
“Por não ter realizado estes projectos sinto que alguma coisa não foi plenamente realizada. Porém, acreditamos que os outros levaram de vencida a grande visão de fazer com que a instituição seja de referência ao nível nacional e internacional”, concluiu o cessante. (Esmeraldo Boquisse *Foto: Estácio Valoi)