Nampula (IKWELI) – Pouco mais de 38000 (trinta e oito mil) alunos da 7ª classe, pertencentes a 284 escolas públicas da província de Nampula, no norte de Moçambique, ainda não estão a frequentar às aulas presenciais, pelo facto de nestes estabelecimentos de ensino não estarem garantidas as condições sanitárias para um processo de ensino e aprendizagem seguro, no contexto da pandemia do novo coronavírus.
Recorde-se, o processo de ensino, em Moçambique, foi interrompido em princípio do mês de Abril do ano prestes a findar para atender a um leque de medidas restritivas condicionadas pela pandemia da covid-9, em que o país se viu obrigado a decretar o estado de emergência para retardar os impactos nocivos da doença.
Entretanto, mesmo com a autorização feita pelo Presidente da República de Moçambique para retoma das aulas presenciais em Outubro findo, mediante a criação de condições sanitárias e observância escrupulosas de medidas de prevenção da doença, a província de Nampula não se preparou de tal forma que todas suas escolas estejam credenciadas para retomar com o processo educativo no chamado período do novo normal. Aliás, das 1073 escolas primárias geridas pelo estado, actualmente 789 já reabriram, de acordo com dados partilhados pela Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano de Nampula (DPEDHN).
Os distritos com baixos níveis no processo de retoma das aulas presenciais destacam-se Malema, onde das 52 escolas existentes apenas dez estão no activo. Aliás, as escolas que ainda não recomeçaram abrangem um universo de 2216 alunos. Seguidamente é o distrito de Muecate, também, com 52 escolas existentes, mas que reabriram 12, deixando sem estudar 13369 alunos.
No entanto, os distritos vizinhos de Ribáuè e Lalaua são os únicos com uma taxa de retoma das aulas da 7ª classe situada em 100%, isto é, todas 37 e 54 escolas primárias, respectivamente, já reabriram.
O distrito de Nampula, com muitas Escolas Primárias e Completas, ao nível da província, total de 83, falta por retomar 23 e, em desvantagem estão 14490 aluno no meio dos 22812 matriculados para o presente ano lectivo.
“Está-se a trabalhar, ainda, de forma que as outras escolas que ainda não foram feitas avaliações, e de acordo com aquelas que são realidades existentes, tanto os parceiros, a própria comunidade e os governos locais, estão a trabalhar para que todas as escolas primárias, também, tenham a retoma”, disse Eusébio Coholia, porta-voz na DPEDHN.
“Em relação aos fundos nós podíamos dizer que sim, recebemos alguns empreiteiros que podiam passar a reabilitar ou construir os sanitários, mas está por lote. No caso da província de Nampula temos lote que é o conjunto de escolas que o empreiteiro ganhou e temos a dizer que todos já retomaram com o processo. É um processo delicado, porque o que se recomenda é de que seja aplicado um material consistente, pelo que os nossos colegas e os da Direcção Provincial das Obras Públicas, também, estão a monitorar o processo, para dizer que não temos nenhuma razão de queixa, sobretudo na alocação dos fundos para a reabilitação ou construção dos sanitários”, referiu Coholia.
Isso acontece numa altura em que a proveniência de Nampula projecta admitir mais de 340000 (trezentos e quarenta mil) novos ingressos para a primeira classe, uma evolução na ordem de 5,7% em relação ao período anterior. “O que queremos assegurar é de que até o ano lectivo de 2021 todas as escolas arranquem em pé de igualdade no processo de ensino e aprendizagem”, referiu Coholia.
No que concerne ao ensino secundário, Eusébio Coholia garantiu que todas as escolas já retomaram com as aulas nas classes com exames, incluindo a Escola Secundária de Nampula que só esta semana retomou com os trabalhos. (Constantino Henriques)