Nampula (IKWELI) – Pelos menos 5 roceadores dos distritos de Nampula e Eráti, no norte de Moçambique, foram expulsos da campanha de pulverização intra-domiciliária contra o mosquito causador da malaria, em curso na região, indiciados de desvio de insecticidas.
De acordo com Geraldino Avalinho, chefe do departamento de Saúde Pública em Nampula, os indiciados traficavam o material a produtores de hortícolas, e faziam-no durante a pulverização nas residências dos interessados.
“Nós temos um cumulativo de cinco ressoadores, sendo um no distrito de Eráti e quatro em Nampula, que desviaram insecticidas. Após a descoberta eles devolveram e, finalmente, foram afastados no processo de pulverização para desencorajar os outros que fazem parte do grupo. Infelizmente, alguns desviam para usar nas horticulturas ou em outras actividades que consiste na eliminação de insectos ou vectores”, informou a fonte.
Daí, “queremos desencorajar alguns cidadãos que, infelizmente, forjam os nossos roceadores a desviarem o insecticida que é usado para a pulverização intra-domiciliária para a prevenção da malária, visto que este produto foi adquirido olhando para aquilo que é o número de casas que devem ser abrangidas até ao final deste processo”, prosseguiu Avalinho.
Aquele responsável da Saúde Pública nos serviços provinciais de Assuntos Sociais de Nampula, deu a conhecer que não foram identificadas as pessoas que forjaram os roceadores a desviarem o insecticida. No entanto, chama atenção aos líderes comunitários no sentido de vigiarem esta prática, de maneiras que o produto adquirido pelas autoridades seja suficiente para o número de casas previsto para pulverizar.
O que acontece é que “quando um roceador sai ao campo com um determinado número de pacotes de insecticida, sabemos quantas casa ele poderá abranger com aquela quantidade. Neste sentido, no fim de trabalho, ele volta com uma ficha onde reporta o número de casas que foram abrangidas o que deve ser igual ao número de pacotes usados. Aliás, o stock deve ser algo que justifique o seu desempenho e uso de insecticida quando comparado com o que ele terá levado”.
Outrossim, “acontece que alguns perderam o controlo, tendo em conta que os líderes comunitários têm a responsabilidade de assinar as fichas de forma a confirmar que os roceadores pulverizaram um certo número de casa. Porém, há roceadores que não apresentam as suas fichas aos líderes comunitários, facto que nos chama atenção”.
De referir que na província de Nampula, as autoridades da saúde pretendem pulverizar 647 (seiscentas e quarenta e sete) residências num universo de 2.955,402 (duas milhões, novecentas e cinquenta e cinco mil e quatrocentas e duas) pessoas, na presente campanha que vai abranger oitos distritos, nomeadamente, Eráti, Nampula, Ribáuè, Nacala-Porto, Angoche, Monapo, Malema e Meconta.
A nossa fonte conclui que a escolha desses oito distritos se deve ao facto de serem as regiões que, nos últimos dois anos, apresentaram casos elevados de malária, o que preocupa as autoridades governamentais desta província e o seu lançamento foi feito no distrito de Eráti.(Esmeraldo Boquisse)