- Os Serviços Distritais da Educação, Juventude e Tecnologia de Nampula foram alertados sobre a infra-estrutura pelo governo local.
Nampula (IKWELI) – A direcção da Escola Primária Completa 25 de Junho, localizada no centro da cidade de Nampula, autorizou a construção de uma infra-estrutura privada para fins comerciais no recinto daquele estabelecimento de ensino público, sem a observâncias das normas atinentes.
O Ikweliapurou que a obra pertence a um cidadão de nacionalidade estrangeira, e acredita-se que pretende, no local, comercializar bens de natureza diversa, maioritariamente que não tem ligação com a natureza de serviços de uma instituição de ensino.
Nossas fontes próximas ao negócio, não descartam a hipótese de que o local servirá para a venda de roupa, calcados, incluindo serviços de reprografia, e o contrato assinado com a direcção da EPC 25 de Junho tem a vigência de cinco anos renováveis.
A directora daquela escola recusou-se a dar os detalhes em torno deste assunto, por alegadamente carecer de autorização dos Serviços Distritais de Educação Juventude e Tecnologia de Nampula (SDEJTN).
No entanto, Cecília Tacarindua, directora dos SDEJTN, chamada a reagir pelo Ikweli, disse que o seu elenco não foi comunicado com antecedência sobre o empreendimento em causa.
Segundo confidenciou-nos, foi o governo distrital, na pessoa do Secretário Permanente, que lhe notificou a respeito das obras em curso no recinto da EPC 25 de Junho.
“Deixou mesmo uma preocupação [para as pessoas], e mesmo nós quando fomos ali ficamos preocupados, mas depois de tomarmos conhecimento, fomos lá para perceber, e realmente no memorando deles vem uma parte que diz que ele vai ampliar porque o tecto estava todo ele cansado. Havia filtração de água e depois o centro social que estava ali era muito baixo. Então, ele tinha que aumentar algumas fiadas para cima e cobrir”, começou por dizer Cecília Tacarindua.
“Na verdade, não é um estabelecimento comercial, como está – se a falar aí na rua”, desmentiu a dirigente, para depois afirmar que “vai ser um centro social, como estava. Terá a parte que vai funcionar como fotocopiadora, terá também a parte que vai funcionar como centro social, e doutro lado do fundo vai funcionar a casa de banho. Então, realmente ele seguiu a parte onde estava o anterior centro social.”
Na versão da timoneira dos SDEJTN, “no memorando consta que o cliente vai explorar durante um período de cinco anos, depois, tem lá essas balizas sobre quanto é que ele vai dar a escola e quando vai-se reter como forma de recuperar o dinheiro que ele gastou”.
Segundo esta fonte, o referido agente económico gastou um montante de 200,000.00Mt (duzentos mil meticais) para a edificação daquela infra-estrutura, e “pelo menos o que eu vi, mensalmente serão retidos 8.000,00Mt (oito mil meticais), dos quais 4.000,00Mt (quatro mil meticais) a reter para ele e outro valor para a escola, segundo o que está escrito. Então, num período de cinco anos é possível se devolver os 200.000,00Mt que ele gastou, se for assim”, disse, acrescentando que “o que nós não queremos são problemas de amanhã, por isso que tivemos que ir para lá para perceber melhor como é que tinha sido feito o memorando de entendimento de modo que a qualquer altura que nós precisarmos daquele espaço, não haja problemas”
“As nossas escolas têm espaço com centro social lá dentro, então, se o centro social não tem nenhum inquilino, a escola reúne-se e arranja alguém que possa explorar, mas sempre devem comunicar aos Serviços Distritais, e nos mandar os procedimentos, como é que foi feito o memorando, para nós podermos dar algum subsídio depois dai mandarmos a informação ao governo do distrito para tomarmos conhecimento que nas nossas escolas funcionam alguns inquilinos a explorar os centros sociais que lá existem”, concluiu Tacarindua. (Constantino Henriques, Fotos: Hermínio Raja)