Nampula (IKWELI) – Finalmente, o conselho autárquico de Nampula, dirigido por Paulo Vahanle, eleito em 2018 pela lista da Renamo, pagou, até ao passado dia 1 do corrente mês de Julho, os dois meses de salários em atraso aos pouco mais de dois mil trabalhadores da edilidade.
Desde que tomou posse, primeiro para terminar o mandato do malogrado Mahamudo Amurane e segundo para o seu mandato regular, o autarca do maior centro urbano do norte de Moçambique nunca pagou salários com regularidade, facto que provocava um mau estar nos funcionários e agentes em serviço na edilidade.
Na última terça e quarta-feira, segundo apurou o Ikweli, o edil da terceira maior cidade moçambicana ordenou o pagamento dos trabalhadores. Primeiro pagou o salário atrasado de Maio e seguidamente, na quarta-feira (01), ordenou o pagamento do salário de Junho findo.
Mensalmente, segundo fonte do Ikweli, a edilidade gasta, em salários, pouco mais de 19.000.000,00Mt (dezanove milhões de meticais), o que significa que para os dois meses o município despendeu 38.000.000,00Mt (trinta e oito milhões de meticais).
Coincidência ou não, o certo é que o alívio das dívidas salariais só iniciou depois da exoneração dos vereadores das Finanças e Património (o suposto sobrinho da esposa do edil Vahanle), e o Institucional e Cooperação (o suposto genro do autarca), bem como com a criação da comissão de auditoria interna que investiga as falcatruas no BAÚ (Balcão de Atendimento Único) Municipal, que já resultou na detenção de pelo menos cinco trabalhadores.
“As coisas vão melhorar…”
Para aferir a veracidade sobre os pagamentos, o Ikwelicontactou o Conselho Autárquico de Nampula, através do seu respectivo director do departamento de Comunicação e Imagem, Nelson Carvalho, o qual confirmou os pagamentos de todos os trabalhadores, desta vez sem as supostas exclusões.
Nelson Carvalho disse, visivelmente satisfeito, que “o presidente está a fazer de tudo para a melhoria da vida dos munícipes e dos funcionários, também. Por isso, já foi resolvida a questão de salários e a partir de já as coisas vão melhorar”, frisou.
Por outro lado, Carvalho diz que os problemas salariais sempre estiveram relacionados com a demora da transferência do Fundo de Compensação Autárquica (FCA), mas acredita que, apesar disso, a crise salarial será resolvida em definitivo.
“Não era do nosso agrado ter dívidas com os funcionários, mas o FCA tem atrasado em transferir o dinheiro”, disse, para quem daqui em diante o panorama do desenvolvimento da cidade poderá mudar, pois há moralização dos funcionários. (Sitoi Lutxeque)