Enquanto ministros das FDS visitam Mocímboa da Praia: Insurgentes terroristas assaltam Quissanga e deixam a vila destruída

  • As famílias procuraram refúgio na Ilha do Ibo, perto de 14 quilómetros, num percurso que se faz a pé quando a maré está baixa, e há relato de crianças que se perderam nesta fuga.

Pemba (IKWELI) – Em menos de 48h depois de tomarem e abandonar a vila autárquica da Mocímboa da Praia, grupos armados tomam de assalto a vila de Quissanga, outro distrito localizado a norte de Cabo Delgado, levando a fuga da população local para a Ilha do Ibo.

Quissanga dista, apenas, a pouco mais de cem quilómetros da cidade de Pemba, e perto de duzentos do epicentro dos mega-projectos de gás na bacia do Rovuma.

Nossas fontes na Ilha do Ibo, 14 quilómetros de Quissanga, contam que várias famílias encontraram refúgio naquele ponto insular de Cabo Delgado, e muitos pais procuravam pelas suas crianças. Ainda não há vítimas confirmadas.

Em finais de Janeiro último, o grupo de insurgentes terroristas escalou o distrito de Quissanga, concretamente no posto administrativo de Bibiliza, onde destruiu parte do Instituto Agrário local.

Esta segunda grande investida dos insurgentes terroristas acontece numa altura em que os ministros da Defesa e do Interior, entidades que constituem as Forças de Defesa e Segurança (FDS) encontravam-se na vila autárquica de Mocímboa da Praia, procurando apurar o nível dos estragos provocados com a última acção destes grupos àquele local.

Em relação ao ataque ocorrido em Mocímboa da Praia, há vozes no mundo condenando o acto. A Amnistia Internacional (AI) emitiu uma repudiando a situação. Na mesma nota, a AI exige que “o governo de Moçambique deve fazer tudo o que for necessário para proteger legalmente as pessoas em Cabo Delgado”.

Citada na nota, a directora – adjunta da Amnistia Internacional para a África do Leste e África Austral, Muleya Mwananyanda, refere que “esta violenta escalada em Mocímboa da Praia é o culminar de um trágico fracasso do governo moçambicano em proteger as pessoas nesta área volátil”.

“Por quase três anos, grupos armados atacam moradores de Cabo Delgado, causando sofrimento humano incalculável sem serem responsabilizados. Estes ataques contínuos são agravados pelo fato de o governo moçambicano proibir jornalistas, pesquisadores e observadores estrangeiros de acessar a área para avaliar a situação”, lê-se, continuamente, na nota cujo conteúdo temos vindo a citar.

“As autoridades devem tomar medidas imediatas e eficazes para proteger todos na região, inclusive aumentando medidas legais de segurança e realizando investigações sobre todos os ataques recentes, com o objectivo de levar os suspeitos a autores da justiça”, concluiu a nota. (Aunício da Silva)

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