Pemba (IKWELI) – A vila autárquica de Mocímboa da Praia, no norte da província de Cabo Delgado, encontra-se, praticamente, ocupada por terroristas, apelidados pelo governo como sendo insurgentes, desde as primeiras horas de hoje, segunda-feira (23).
Confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS), ali estacionadas, e o grupo desconhecido de terroristas estão a resultar em mortes e destruição de bens públicos e privados.
Nossas fontes naquele ponto do norte de Moçambique, em contacto telefónico, contam que, pelo menos até as 14h, os terroristas passeavam a sua classe na autarquia e obrigavam a população a refugiar-se nas mesquitas para não serem mortos.
“Estão a nos obrigar a ir para as mesquitas, senão seremos mortos”, disse uma fonte cuja identidade omitimos por razões de segurança.
Um professor secundário que se deslocou a cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, a fim de adquirir mantimentos para a sua família em cumprimento do isolamento social decretado pelo governo do país como forma de prevenção do coronavírus, também, conversou com o Ikweli. “Irmão as coisas estão mal por lá. A sorte é que tudo começou quando era de madrugada e as pessoas não puderam estar fora. Até as 6h ninguém tinha saído senão as mortes seriam em massa”, disse esta fonte.
Perto das 14h voltamos a contactar algumas das nossas fontes e ficamos a saber que o ambiente era ainda tenso.
“Queimaram carros e outros bens. Mataram pessoas civis e militares. Agora eles colocaram uma bandeira num quartel”, escreveu-nos uma fonte já instalada numa mesquita na vila autárquica de Mocímboa da Praia.
É na vila autárquica de Cabo Delgado onde, a 5 de Outubro de 2017, foi registado o primeiro ataque perpetrado por este grupo de terroristas, que mais tarde viria a escalar os distritos de Palma, Macomia, Quissanga e Meluco, destruindo bens e assassinando pessoas. (IKWELI)