Nampula (IKWELI) – A província de Nampula, a mais populosa e maior círculo eleitoral do país, já começa a oferecer sinais de dissonância e desarticulação entre os órgãos de governação descentralizada e os indicados, em representação do estado, para garantir a estrutura central.
Nesta sexta-feira (31), último dia do mês de Janeiro, está agendada a abertura do ano lectivo a escala nacional e Nampula prevê duas cerimónias principais, sendo uma a ter lugar no distrito de Nacarôa e a outra no distrito de Nampula, sendo orientadas pelo governador e Secretário de Estado (SE), nomeadamente Manuel Rodrigues e Mety Gondola.
Ainda que os convites distribuídos para a imprensa, com sede e/ou representação na cidade de Nampula, não levem a assinatura do punho da Judite Mussacula Faria, o nome da actual SE da Zambézia está lá, mas um substituto assinou os documentos.
A nota com a referência 38/993/GDPEDH-NP/19, de 24 de Janeiro de 2020, solicita cobertura jornalística para as cerimónias de abertura ao nível da província de Nampula que “terão lugar na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Napueia, distrito de Nampula, a qual será dirigida por Sua Excelência Manuel Rodrigues – Governador de Nampula”. Uma outra nota, com a referência 39/993/GDPEDH-NP/19, datada de 24 de Janeiro de 2020, também, solicita cobertura jornalística para as cerimónias da abertura do ano lectivo que “terão lugar na Escola Secundária de Muchico, Posto Administrativo de Saua Saua, Distrito de Nacarôa, a qual será dirigida por Sua Excelência Mety Oreste Gondola – Secretário de Estado da Província de Nampula”.
Nos corredores protocolares governamentais em Nampula, a situação está a dividir opinião e a quem diga que o convívio entre as duas entidades não será algo fácil, sobretudo porque os dois dirigentes reivindicam as mesmas acções, no mesmo espaço temporal e físico, e com os mesmos beneficiários.
Outro dado fundamental e que leva murmúrios é sobre a quem o responsável máximo do sector da Educação e Desenvolvimento Humano vai acompanhar nestas duas cerimónias, mas o certo é que fundos públicos deverão ser mobilizados para abastecer carros de alta cilindrada, prover ajudas de custo e alimentação para as duas comitivas.
A cerimónia de Gondola será, pelos vistos a mais destacada, bastando notar que a sua deslocação é a mais aturada, não menos de 200 quilómetros da capital provincial, enquanto que a de Rodrigues será mesmo no círculo autárquico chefiado por Paulo Vahanle, algures no bairro de Marrere. (Aunício da Silva)