Nampula (IKWELI) – O jornalista moçambicano Matias Guente, editor executivo do diário electrónico Canalmoz e do semanário Canal de Moçambique, escapou da tentativa de um rapto na tarde do dia 31 de Dezembro de 2019, na cidade de Maputo, capital do país.
Um comunicado do MISA Moçambique refere que o escriba sofreu golpes protagonizados pelos três malfeitores, com recurso a tacos de base ball e golf, que seguiam-no até ao bairro do Alto-Mãe.
Estranhamente é que o acto teve palco atrás do Estado Maior General, local que pela natureza da instituição devia ser um dos lugares mais seguros do país.
Guente foi socorrido numa oficina, algures próximo ao local do incidente, depois que as denúncias da população com pedidos de socorro afugentar os três “brutos”.
As publicações Canalmoz e Canal de Moçambique têm se destacado na arena informativa nacional pela verticalidade com que trata assuntos que mexem com a elite política e governamental.
Foi Matias Guente que dirigiu a única entrevista que Filipe Nyusi, Presidente da República, deu a um órgão de comunicação privado no país.
Segundo informações obtidas pelo MISA-Moçambique, Matias Guente encontrava-se nos seus afazeres, na zona do Alto-Maé, quando indivíduos não identificados tentaram obriga-lo à força a entrar para a viatura em que se faziam transportar, mas que também não foi positivamente identificada.
“Na luta que se seguiu, Matias Guente sofreu algumas escoriações, tendo sido levado para uma clínica privada, onde viria a receber tratamentos”, lê-se ainda na nota do MISA – Moçambique, que prossegue avançando que “não se sabe ainda a extensão dos danos sofridos pelo jornalista, e o MISA-Moçambique continuará a seguir o caso”.
O atentado contra Matias Guente surge na sequência de outros actos de agressão ou de assassinato contra jornalistas ou dirigentes da sociedade civil, o que representa uma afronta à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa, e em última instância à própria Constituição da República de Moçambique.
“O MISA-Moçambique apela mais uma vez às autoridades policiais, à Procuradoria-Geral da República e aos demais órgãos de administração da justiça para que investiguem este caso e que tomem as medidas apropriadas contra os agressores. Ao governo, o MISA-Moçambique apela para que sejam tomadas medidas concretas visando pôr fim à impunidade de que têm gozado indivíduos envolvidos em crimes que atentam contra as liberdades fundamentais dos cidadãos”, conclui o comunicado. (Redacção)