Traíram Vahanle…?

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Paulo Vahanle queixa-se da autuaao da malta do MDM

Nampula (IKWELI) – O presidente do Concelho Autárquico de Nampula, Paulo Vahanle, diz ter sido traído pelos funcionários afectos ao departamento de Planificação, alegadamente membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), por produzirem e lhe terem cedido um relatório com dados falsos e desactualizados que apresentou na última sessão da Assembleia Autárquica.

E, devido a humilhação e vergonha que passou na plenária, Vahanle zangou-se e avisou que vai “varrer” todos os quadros do MDM, incluindo os trabalhadores do sector de Salubridade, sobretudo varredores de rua contratados na gestão do falecido edil Mahamudo Amurane.

Na verdade, tudo começou quando o edil Paulo Vahanle subiu ao pódio para apresentar o seu último informe das realizações do ano 2019, no espaço que separa entre a IV e V, por sinal última sessão do ano, onde o autarca apresentou um relatório dominado por informações repetitivas e desactualizadas, acto que suscitou críticas das bancadas do MDM e FRELIMO.

Aiupa Nacozeria, ex-delegado da cidade e chefe da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na Assembleia Autárquica de Nampula, reduziu a nada o informe de Vahanle, porque segundo ele o autarca de Nampula não trouxe novidades. “O informe do presidente do Conselho Municipal não traz nada de novo, é tudo aquilo que traz em todas as sessões. Não passa de copy and paste”, disse.

A bancada da FRELIMO, através do seu chefe Pedro Kyulumba,  também, lamentou mas devolveu a razão ao edil por considerar que ele pode estar a ser vítima de uma sabotagem dentro da autarquia em que é gestor.

“O presidente do Conselho Autárquico pode não ter culpa, no sentido de que trazem-lhe ‘cascas de banana’, por isso trazem-nos aqui documentos não muito bem elaborados. Pedimos aos assessores que façam o seu serviço, que tragam um documento objectivamente elaborado e que tenha aspectos de grande impacto na vida dos munícipes”, disse o, também, eterno director do Museu Nacional de Etnologia.

Paulo Vahanle assumiu os erros perante a sessão, mas culpou aos seus subordinados pela má elaboração do informe e anunciou medidas para eliminar os males, uma vez por todas e banir todos os quadros do MDM que desempenham funções de chefia, por serem os que, alegadamente, inviabilizam os seus trabalhos.

“Todas as bancadas pedem-nos inclusão e é nessa inclusão que encontramos quadros do MDM que elaboram os documentos. Nós [depois de tomar a posse] ainda não retiramos, mas estão a aprontar estas situações. Aqueles técnicos do MDM estão a estragar o trabalho. São eles que produzem os documentos e entregam, porque é o governo que herdamos. E são eles que atrasam com os expedientes para a mesa [da Assembleia Autárquica] para fazer entender que Paulo Vahanle e a RENAMO não têm capacidade. Vamos varrer [despromover] ”, disse, visivelmente, o autarca de Nampula.

O edil de Nampula, por outro lado, prometeu desligar o vinculo contratual com todos os trabalhadores do sector de Salubridade, sobretudo varredores de rua, contratados durante a gestão do falecido autarca Mahamudo Amurane, alegadamente, por incompetência e sabotagem ao trabalho.

 

“Essas pessoas, nós destacamos para irem varrer numa determina rua, mas meia-volta vão passear”, disse Vahanle para depois questionar: “acham que o estômago tem a ver com partido?”, e respondeu-se: “vão ver! Nós vamos tomar, também, medidas”.

Entretanto, o Ikweli apurou que o sector de planificação é o único responsável que, com o conhecimento do gabinete do Presidente, recebe os relatórios das realizações dos departamentos e produz um informe para o autarca, e nele apenas existem técnicos que, por norma, não manifestam as suas filiações partidárias. Neste momento, o único membro já assumido do MDM que poderá ser sacrificado é a vereadora da Educação, que ascendeu ao cargo a pedido de Paulo Vahanle, ao próprio MDM, aquando da sua eleição nas eleições intercalares. (Sitoi Lutxeque)

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