Nampula (IKWELI) – Uma jovem de 30 anos de idade que se encontrava internada no Hospital Central de Nampula (HCN) decidiu pôr fim a sua própria vida com recurso ao suicídio, recorrendo-se ao pulo a partir do terceiro andar da enfermaria de Medicina II.
O caso registou-se no último domingo (8), pouco antes das 17h, ainda em pleno horário de visitas dos parentes e amigos dos pacientes ali internados. A paciente, que em vida era funcionária pública, encontrava-se na maior unidade sanitária do norte de Moçambique há três dias a receber tratamentos, com um quadro clínico cada vez mais pior.
Este evento trágico deixou traumatizado os outros pacientes internados no mesmo estabelecimento, os quais queixam-se da falta de segurança para evitar situações do género.
“Cheguei logo depois de ela ter-se atirado. Foi triste o que vivenciamos, ajudamos a ela e foi socorrida para a sala de reanimação. Não passou muito tempo e fomos informados que ela perdeu a vida”, disse uma das pacientes que se encontrava na mesma enfermaria onde estava a jovem que se suicidou, para depois pedir a direcção do estabelecimento para “oferecer maior segurança aos pacientes, porque muitas das vezes quando o paciente está doente e padece de muita dor a tendência é de se matar para eliminar a dor, e se o hospital tivesse pessoal suficiente para dar o acompanhamento e conselho aos pacientes, poderia evitar-se casos como este”.
Os parentes da malograda estão inconsoláveis e dizem que não encontram explicação que sustente a atitude adoptada pela auto-vítima, dai que vão desenhando cenários prováveis, incluindo questões de natureza tradicional.
“Nós, da família, até agora não sabemos qual foi o motivo mesmo que lhe levou a tomar esse tipo de atitude. Suspeitamos que alguém da nossa família fez magia negra. Porque ela era muito jovem e trabalhava, isso é muito triste e lamentável. Uma pessoa que estava a se recuperar para depois virar maluca, só deve ser magia negra”, disse ao Ikweli Hermenegildo Natividade, primo da malograda.
A acompanhante da mesma confirmou que a paciente estava agitada no dia em que se suicidou. “Houve falta de atenção por parte da família porque naquele estado em que se encontrava não podia ficar sozinha ou devia haver escala”, disse Estefânia Jaime.
Bainabo Sahale, directora clínica do HCN, disse ao Ikweli que a vítima padecia de malária cerebral e depressão, e distancia-se de qualquer negligência por parte dos funcionários da instituição no que se refere ao controlo e assistência aos pacientes.
A fonte disse que este é o primeiro caso que se regista no corrente ano, em que um paciente decide pôr fim a sua própria vida. (Celestino Manuel e Elisabeth José)